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Nas quebradas da vida a gente vai aprendendo. Ou não. Tem gente que não aprende nunca. Vou narrar uma breve história para facilitar a introdução ao texto. Já vos contei aqui que tenho uma pequena plantação de nogueira pecan, em minha propriedade rural. A produção de nozes, exige tratos culturais regulares. Dois ou três anos após o plantio precisei de orientações técnicas para realizar podas de formação, condução, limpeza, etc. Foi então que alguém lembrou que num raio de, menos de trinta quilômetros, havia uma instituição de nível superior, federal, que, inclusive, formava Engenheiros Agrônomos. Ou seja, solução à vista. Fiz contato, oferecendo a área como campo experimental, ofereci almoço no caso de se deslocarem em ônibus com estudantes e permanecessem o dia todo na propriedade, em aula prática. Afinal, um churrasco de ovelha não desagrada ninguém. Em contrapartida eu aprenderia a podar minhas nogueiras.

Minha ideia não prosperou. Recebi algumas evasivas como o professor titular está numa viajem de estudos na Suécia, etc. Desinteresse? Não creio. A integração ensino/escola é fundamental, principalmente nas áreas agrosilvipastoril. Estou decepcionado até hoje. Busquei outras alternativas e encontrei a solução. Agradeço aos técnicos da Emater, educados, humildes, competentes, responsáveis.

Tenho a liberdade de imaginar qualquer justificativa para a negativa da orientação solicitada. Inclusive a incompetência. Se for isso, fico muito preocupado. A agricultura brasileira precisa de bons Engenheiros Agrônomos. Para formar bons profissionais precisamos de bons professores. A perfeição não é alcançada quando não temos mais nada a incluir mas quando não temos mais nada a retirar. Para alcançarmos um bom nível de ensino, seja qual for, precisamos retirar alguns maus professores. Não basta jogar dinheiro nas Universidades, nosso problema não está na falta de investimento. O Brasil é o terceiro país do mundo em investimento per capita por aluno no nível superior. Fornecer diploma, qualquer instituição de ensino fornece. Não basta, hoje em dia, se formar em uma Universidade de prestígio. O profissional deve ter passado por um processo de mudança alcançado por aprendizado constante, integrando o ensino acadêmico com a vida prática. Isto é capacitação. Diploma é uma mera informação a mais. Se um médico apresenta um diploma de Harvard mas nunca viu um doente na sua frente, não vai curar ninguém. Precisamos de conhecimentos sólidos e não fragmentados.

Alunos e professores têm que ter atitudes, humildade, querer aprender, melhorar. Entrar em contato com a vida real. Hoje as empresas estão oferecendo treinamento básico para poder contratar profissionais. Poucos formandos saem habilitados a assumirem suas funções imediatamente após saírem das universidades. A imagem das Universidades Federais já foi melhor. Não havia tanta ideologização. Hoje é explícita a baixa qualidade do ensino superior, seja público ou privado. Pasmem, o INAF, Indicador de Analfabetismo Funcional, constatou em seu último levantamento que 38% dos alunos das faculdades não dominam habilidades básicas de leitura, escrita, exercícios matemáticos elementares. Ora, como uma pessoa assim vai ser bem sucedida na vida? Falta responsabilidade do governo ao não realizar provas de proficiência nos mestres. Muitas Universidades estão vendendo ilusões, diplomas por preços exorbitantes das mensalidades, sem oferecer serviços de boa qualidade. Vivemos hoje a popularização do ensino superior de baixa qualidade. Universidades privadas, ensino a distância, muita oferta de vaga, baixa capacitação, padrão mínimo de qualidade.

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