Notícia publicada na edição impressa em 2017
Passar os dias voando, olhando a vida das alturas e conhecendo vários lugares quase ao mesmo tempo e ainda mais, fazendo tudo isso trabalhando, sempre foi o sonho do jovem Patrick Ericksson, 21 anos de idade, natural de Santa Rosa e filho de Vilmar Ericksson e Rosemeri Bär Ericksson.
Sempre muito convicto de que pilotar era seu objetivo de vida, ele foi em busca de seus sonhos, mesmo sabendo que para isso, terá que abrir mão de muitos momentos com a família, ele concluiu em dezembro, o curso de Ciências Aeronáuticas na PUC de Porto Alegre. Confira a entrevista que a reportagem do JGR fez com este jovem cheio de talento:
JGR – Quando surgiu o desejo de realizar este curso?
Patrick – O desejo de se tornar piloto começou na infância. Meu primeiro voo, com 1 ano de idade, foi com o Dr. Milton Dummel, e desde então sempre tive a aviação na minha vida. Quando criança os meus brinquedos preferidos eram os aviões. Com o tempo passei a construir e voar aeromodelos, que são os aviões de controle remoto. Os finais de semana também eram passados no aeroporto, onde voava com os amigos do CASAR (Clube de Aviação de Santa Rosa). Com 16 anos comecei o curso de Piloto Privado no Aeroclube de Santo Ângelo, e nessa época já sabia que queria cursar Ciências Aeronáuticas. Acho que foi um processo gradual, a continuação de um sonho de criança.
JGR – Quando concluiu o mesmo?
Patrick – Obtive a carteira de Piloto Comercial em julho de 2016, no Aeroclube de Eldorado do Sul. Concluí o curso de Ciências Aeronáuticas na PUCRS em Dezembro de 2016.
JGR – O que o curso de Ciências Aeronáuticas lhe permite fazer depois de formado?
Patrick – Basicamente o curso forma pilotos de Linha Aérea, que podem voar nas companhias aéreas brasileiras (Azul, TAM, Gol, Avianca, etc), e também em companhias do exterior. Os pilotos formados na PUC estão aptos a realizar voos internacionais, e o curso nos prepara também para trabalhar nas áreas administrativas da aviação, como gerenciamento de empresas aéreas, de aeroportos e outras áreas relacionadas.
JGR – Quais os próximos passos agora?
Patrick – O objetivo agora é trabalhar como piloto em uma empresa aérea, e talvez um mestrado na área da aviação. Gosto muito da área acadêmica, mas a intenção, nesse momento, é voar. No futuro, tenho a intenção de fazer voos internacionais.
JGR – Há quanto tempo está fora de Santa Rosa?
Patrick – Estou fora de Santa Rosa há quatro anos. Nesse tempo, foram 3 anos em Porto Alegre, e um ano nos Estados Unidos, onde tive a oportunidade de estudar na Embry-Riddle Aeronautical University, que é tida como a melhor universidade de aviação do mundo, e onde trabalhei na FAA (Agência de Aviação Americana), em alguns projetos de modernização do espaço aéreo.
JGR – Não se trata de um curso tão comum. O que tens a dizer sobre isso?
Patrick – É um curso com matérias bem específicas, que envolve também a parte prática, que são os voos reais que fizemos em aeroclubes e escolas de aviação. Por ter que conciliar a parte teórica com a prática, acaba exigindo bastante tempo e dedicação. A aviação é uma área muito diferente das demais, trabalha-se muito com a segurança em todas as operações, e o piloto precisa conhecer e entender muitos fatores que afetam o voo, como a Meteorologia, Geografia, Física, Mecânica e vários outros. Por isso, geralmente quem faz esse curso são pessoas que já sonham com isso desde criança, e que gostam muito dessa área.
JGR – Depois de formado, não há campo de trabalho em sua cidade Natal, estava ciente de que sua carreira seria bem longe daqui?
Patrick – Sempre soube que se eu quisesse seguir essa carreira teria que sair daqui. A operação das empresas aéreas está concentrada nos grandes centros, então a maioria dos pilotos também vai para essas regiões. Como já passei algum tempo fora daqui, acredito que isso não é um problema. Sempre que posso procuro voltar para visitar a família e os amigos, então continuo tendo uma ligação forte com a cidade.
JGR – Quais as vantagens e desvantagens da profissão?
Patrick – É uma profissão que permite conhecer vários lugares diferentes, e que nos faz sair da rotina. Como os destinos dos voos variam muito, é comum visitar várias cidades, e até mesmo vários países, em uma mesma semana. Além disso, a vista que temos do “escritório“ é maravilhosa e está sempre mudando. Por outro lado, é difícil manter uma agenda, e temos que abrir mão de passar muitas datas comemorativas com a família e amigos já que estamos voando. Essa é a parte complicada, mas que é compensada pelo amor por voar.