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Cito a Naiara e o Robson, meus vizinhos, nas figuras de quem comprimento todos os pais de bom senso. O tempo regulamentar da nossa existência, como pais, vai se esgotando. Nosso objetivo é tirar proveito da nossa experiência de vida e transferir os bons valores para nosso filhos. Ninguém é tão insignificante que nada tenha a oferecer ao aprendizado dos filhos, que não possa contribuir com o ensino formal, com a escola. Em regra geral somos vítimas da falta de tempo, da atribulação diária, da correria generalizada. Assim a falta de atenção às crianças vai se agravando. Mas essa falta faz mal, contamina. E somos substituídos pelos celulares, pela Inteligência Artificial. As calculadoras e os celulares dizimaram nossa capacidade de fazer contas de cabeça. Temos hoje um batalhão de estudantes sem a mínima competência de escrever nada a não ser cachorro com “X”.

O pai do meu amigo Artur, confiscou o seu celular. Ofereceu livros de Graciliano Ramos, Gabriel Garcia Marques, Mario Vargas Llosa. E disse:___Te prepara para enfrentar as retrancas da vida. O wattsApp não vai te qualificar. Enche tua vida de palavras, de letras, de cálculos, de informações. O Artur respondeu: —Mas pai, todo o mundo tem celular. Ao que o pai respondeu: ___Mas tu não é todo o mundo. Pose usar, mas com moderação.

E eu estava aqui escrevendo e lembrando que na década de cinqüenta, já havia o telefone celular. Um tijolão que pesava 800 gramas, possuía uma bateria muito potente que permitia fazer chamada de até meia hora, mas demorava dez horas para carregar. Problema era o custo. Custava três mil e quinhentos dólares, o equivalente a dezoito mil reais. Era o Motorola Dynatac. Na época o instrumento servia para as mesmas babozeiras de manhã à noite. A humanidade foi seqüestrada pelos fanáticos digitais, pelas ligações que nos levam a perda preciosa de tempo, agentes de telemarketing incomodando várias vezes por dia. Somos reféns virtuais. O cérebro, tanto dos adultos, como das crianças está hipnotizado, dominado. Paira no ar um pessimismo que antecede tempos piores. Novos sistemas de Inteligência Artificial estão surgindo a toda hora. Havendo equilíbrio, isso é bom, significa progresso, evolução. Essa é a evolução. Quando acontece a invasão absoluta, complica.

Claro que não vamos retroceder aos tempos em que os monges escreviam a Bíblia à mão. Não vamos voltar a nos comunicar como os índios: com sinais de fumaça. Não seria um ignorante ao sugerir semelhante disparate. Sou contra os excessos. Sou á favor da moderação. Pensando nisso ofereço livros infantis pra minha amiguinha Júlia. Quero, antes de partir, ver ela lendo. O problema hoje é termos muitos dedos que digitam e poucas mentes que pensam. Não pense que, pelo fato de eu estar próximo a virar pó, não reconheça a lógica do tempo. Porém, gostaria de que as crianças fossem encorajadas na escola ao uso limitado da Inteligência Artificial. Assim como a Júlia está sendo orientada pelos pais. Mais livros, mais desenhos, mais letras; menos tempo ao celular.

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