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Um dia desta semana estava sentado, como de costume, na Praça Aquiles Turra, rabiscando um texto qualquer, sem assunto pré definido. Naquele dia eu tinha comido bem, dormido melhor ainda e justamente naquele dia o Sol da tarde me aquecia o corpo e a alma. A inspiração, normalmente, surge por desígnios das autoridades celestiais. Mas o ambiente é fator interativo. Os motivos para desenvolver uma crônica estavam ali. Papai Noel por todos os lados, renas, presépios, reis magos, árvores enfeitadas, cores, cores, cores. Nossa Tuparendi está linda, as equipes responsáveis pelas atividades urbanas, sob a coordenação das primeiras damas e de uma sociedade colaborativa, voluntária, tornaram nosso habitat com boa qualidade de vida.

Pois bem, pensei, não vou passar o resto da minha vida, sentado num banco de praça. Não posso ficar pensando sobre amenidades por muito tempo, a vida é curta demais para isso. Carrego sempre um bloco de anotações, caneta e um gosto enorme pela redação. Agucei os sentidos e fiquei ouvindo os pássaros, o barulho do vento nas folhas, o Sol que filtrava até os caminhos da Praça. Estamos no período de Natal, pensei. Vou tentar lembrar do que ouvi, li, vivi sobre o bom velhinho. Coloquei o bloquinho de rascunho sobre a perna e eis que alguém se aproxima. Era em senhor já idoso, pouco polido, grosseiro mesmo. Chegou e foi perguntando:— Suponho que o senhor seja o seu Clóvis, aquele que escreve para jornais. Respondi: —-Também suponho. O homem não era muito esperto, era lerdo de cabeça, como dizia meu pai. Pouco mais inteligente que um sapo. O que está escrevendo aí? Expliquei que estava pensando em escrever sobre o Papai Noel. Riu com escárnio, escarrou estupidamente e disse que era uma pena que eu não tivesse algo melhor que fazer. Se retirou sem se despedir. Pensei em mandar a pqp mas refleti. O único que poderia superá-lo em estupidez seria eu mesmo se entabulasse uma discussão com um energúmeno daqueles.

Como vocês notaram o texto foi prejudicado. Embora não justifique a pobreza redacional. Até porque logo cruzou por mim a Solange, com o Heitor e disse, de forma simpática: segue escrevendo, não queremos atrapalhar, adoramos tuas crônicas. Quanta responsabilidade. A criança estava deslumbrada com os enfeites natalinos. Não podemos perder a oportunidade de acreditar em Papai Noel. Natal também é época em que o ano termina. Então devemos fazer um balanço da nossa vida. Perdi tempo, avancei, já estou com x anos, o que tenho feito…Minha existência faz sentido aqui no Planeta? A data serve de inspiração para tanta coisa. Recorrendo a história do Bispo católico que inspirou a lenda temos uma lição de moral, de solidariedade, de amor. Nicolau, hoje santo e protetor dos pobres e dos pescadores, realmente existiu. Nasceu no ano de 280 DC. Vivia na região, hoje conhecida como Ucrânia e foi filho de uma família rica. Quando os pais morreram ele distribuiu todos os bens da herança em doações aos pobres, principalmente crianças órfãs. Daí o costume de colocar presentes ao pé da árvore de Natal. Foi uma espécie de São Francisco de Assis.

Este último, foi um missionário do afeto e defensor dos animais. Muitos diziam, maldosamente que ele era louco. Quem conversa com passarinho não pode ser bom da cabeça, diziam seus desafetos. Mas o que ele defendia era que os seres humanos, dotados de inteligência e consciência maior, deveriam cuidar e proteger a natureza e seus hospedeiros.

A tarde se fez noite, o Sol entrou e eu seguia rascunhando. Em casa vou tentar colocar em ordem minhas ideias. Mas registro a lição que devemos retirar do Natal. Busquemos inspiração em figuras maiores, reais ou fictícias. Elas estão disponíveis, aos cântaros, copiosamente. Mesmo em meio a tantos nanicos morais.

Viva o Papai Noel.

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