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De repente, o mundo de inúmeras crianças mudou. A pandemia da COVID-19 alterou drasticamente a rotina de muitas famílias ao redor do mundo. Antes, várias atividades que eram realizadas ao livre e em contato com muitas pessoas foram substituídas pelo isolamento social e restrições. Apesar do momento agora ser mais tranquilo, algumas consequências ainda podem se perceber.

Não foi pequeno o número de pais que relataram mudanças comportamentais nas crianças, sobretudo, de que elas começaram a agir da com atitudes de épocas anteriores. Conhecido como regressão comportamental.

Daiana H. Kupske Giacomelli, Psicóloga, explica que regressão comportamental é quando a criança volta a ter comportamentos característicos de fases anteriores de seu desenvolvimento. Embora possam ser problemáticos, é uma forma das crianças lidarem com seus medos, ansiedade e estresse, já que elas têm dificuldades em verbalizar o que sentem.

Daiana H. Kupske Giacomelli, Psicóloga

Os fatores que estimulam essa regressão, geralmente, são decorrentes de alterações na rotina ou ambiente, algum acontecimento que, de alguma forma, causa insegurança, medo e ansiedade, como a chegada de um irmão mais novo, a separação dos pais ou mudança de escola, por exemplo. E por isso, que o Coronavírus também pode ser um dos motivos que provocam essas atitudes. “Alguns estudos foram realizados nesse sentido e identificaram que crianças apresentaram regressões comportamentais por conta da pandemia. A insegurança que a pandemia trouxe, bem como a mudança na rotina das crianças e o distanciamento social que interferiu no relacionamento com outras pessoas, certamente contribuem muito para essas alterações no comportamento das crianças”, fala Daiana.

Os sinais de que a criança está apresentando isso, segundo a Psicóloga, são, por exemplos, quando a criança retorna a urinar na roupa ou na cama, a ter medo de dormir sozinha, a querer voltar a usar chupeta ou mamadeira, a apresentar alterações na fala ou qualquer outro comportamento que pertencia a fases anteriores de seu desenvolvimento e que já havia evoluído. Assim sendo, quando os pais notam algumas dessas coisas, é válido ficar ‘de olho’, pois são indícios de que algo não está bem.

Porém, é possível trabalhar em cima disso para que possa superar esse probleminha.

O que precisa ficar claro, segundo a Profissional é que a criança não tem controle sobre esses comportamentos regressivos, sendo assim, não adianta punir, xingar, ou ridicularizar a criança, pois isso não vai resolver, ao contrário, vai piorar a situação. “Em situações como essa, o melhor a ser feito é acolher a criança, procurar entender o que está acontecendo, o que ela está tentando comunicar com isso, e identificar o motivo que está causando essas alterações em seu comportamento, para, então, poder ajudá-la”, fala. Ademais, Daiana acrescenta que, no caso desse tipo de comportamento ser oriundo da pandemia, o ideal é ter cautela ao falar sobre o vírus com os pequenos e, principalmente, passar segurança e otimismo para eles. “Uma rotina saudável e um ambiente acolhedor, com muito respeito aos sentimentos da criança, amor e diálogo, é fundamental”, ressaltam.

Regressões comportamentais normalmente são passageiras, mas caso sejam persistentes, é fundamental procurar auxílio de um psicólogo.

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