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Problemas urológicos na infância

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CRIPTORQUIDA

Os testículos são formados dentro do abdômen durante a fase gestacional e, durante o desenvolvimento do bebê intraútero, estes devem descer até a bolsa escrotal. A criptorquidia é a ausência de um ou dos dois testículos na bolsa escrotal, ou seja, quando um ou os dois testículos não conseguem completar seu caminho até a bolsa testicular. Isso pode ocorrer em até 4% das crianças nascidas a termo e em até 45% nos meninos nascidos prematuramente. Entre as possíveis causas desta alteração podemos citar a prematuridade e o e baixo peso ao nascimento.

O diagnóstico é baseado no exame físico da criança. Na maioria dos casos, os testículos criptorquídicos podem ser palpados ao longo do caminho entre o abdômen e a bolsa testicular. Nos casos em que não são palpáveis, ou estão dentro da cavidade abdominal ou, em casos mais raros, não foram formados, sendo, dessa forma, necessários procedimentos mais complexos para o diagnóstico e tratamento.

As principais preocupações relacionadas ao mal posicionamento dos testículos são quanto a fertilidade e o risco de câncer. A fertilidade, ou seja, a capacidade de produzir espermatozoides, pode estar comprometida em meninos com diagnóstico de ciptorquidia devido a fatores relacionados às células responsáveis pela produção de espermatozoides e testosterona dentro dos testículos. Outra situação é o risco aumentado de tumor (câncer) de testículo (cerca de 2 a 5 vezes maior), quando comparados com a população em geral. A hipótese é que nesses pacientes já haja uma predisposição genética para a ocorrência desses tumores testiculares.

O tratamento da criptorquidia é cirúrgico (orquidopexia). No entanto, convém esperar até os seis meses de idade, pois há uma chance de descida espontânea do testículo para a bolsa testicular. O objetivo da cirurgia é melhorar a função testicular e diminuir o risco de desenvolvimento de tumores testiculares, bem como evitar complicações como hérnias e torções testiculares. Ela deve ser realizada preferencialmente entre os 6 e 12 meses de idade. Nas situações em que o diagnóstico de criptorquidia é feito na fase pós-puberdade, preconiza-se a realização de orquiectomia (retirada) do testículo afetado, devido risco aumentado de desenvolver câncer testicular.

Cabe citar aqui a terapia hormonal com HGC, porém, esta não é rotineiramente utilizada para o tratamento devido à falta de estudos mostrando a sua eficácia.

FIMOSE

O pênis é recoberto por uma camada de pele denominada prepúcio. Em alguns casos, o prepúcio impede que a glande (cabeça do pênis) seja exposta. Essa incapacidade da criança ou do adulto de exteriorizar a glande é denominada fimose e seu diagnóstico é estabelecido através do exame físico.

A fimose fisiológica ocorre devido a aderências balanoprepuciais congênitas e está presente em 99% dos recém-nascidos e apresenta resolução espontânea com o crescimento na maioria dos casos.

A fimose adquirida é mais comum em adultos e ocorre devido a trauma locais e/ou processos inflamatórios crônicos (balanopostite de repetição) acarretando o surgimento de uma área cicatricial mais rígida, dificultando ou até impedindo a exposição da glande.

O tratamento da fimose em crianças pode ser feito inicialmente com pomadas a base de corticoide e observação clínica. No entanto, na falha deste, há indicação de tratamento cirúrgico, o qual consiste na retirada do prepúcio.

A fimose é uma patologia benigna, porém a impossibilidade de expor a glande peniana impede uma higiene adequada, podendo acarretar diversos problemas de saúde a longo prazo, tais como: infecções urinarias, doenças sexualmente transmissíveis e o desenvolvimento de câncer de pênis. Outra possível complicação é a parafimose, que ocorre quando, ao tentar forçar a exposição da glande para higiene local, o prepúcio fica preso/ retido, causando muita dor local e, em algumas situações, necessitando procedimento cirúrgico de urgência.

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