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O cenário está mudando

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Clóvis Medeiros

A reportagem do Jornal Gazeta Regional esteve há poucos dias na Granja Dois Irmãos, em Matinho Queimado. Naquele local se constata um movimento franco de expansão, modernização, otimização. Naquela oportunidade, o autor desta matéria, ouviu do senhor Luiz Hanzen, um dos sócios proprietários, uma análise da evolução do setor agropecuário. Lembrou que a realidade do sistema produtivo, tanto de grãos como de carnes, evoluiu de maneira rápida e significativa nas últimas duas décadas. Estamos numa nova era, disse ele. Aquele produtor que persistir no sistema tradicional de produção está fadado ao fracasso. Isto já ocorreu com a suinocultura, com o setor de aves, seja para a produção de carne ou ovos, com a pecuária de leite, embora esta ainda resista, mas por pouco tempo. Ninguém vai permanecer na propriedade rural com quatro ou cinco vacas de leite. Hoje é preciso alta performance produtiva, genética apurada, além de volume de produção. Empresa nenhuma vai recolher cem ou duzentos litros de leite no Rincão do Bolo Frito, até por uma questão de logística.

No setor de grãos a evolução em termos de produtividade e de produção acontece de forma rápida. Na década de setenta, produzir trinta sacos de soja por hectare era considerado satisfatório. Através da ASCAR, hoje EMATER, implantou-se a Operação Tatú, que nada mais era do que a adoção de uma tecnologia simples: a correção da acidez do solo através da adição de calcáreo. Corrigia-se o PH, tornando-o menos ácido. As plantas absorviam melhor os nutrientes. E a produtividade subiu para 45 sacos/há. Hoje com novas técnicas, manejo correto do solo, sementes produzidas com os mais elevados padrões de qualidade, defensivos e assistência técnica, a média em Tuparendi chega a 60 sacos/hectare. No entanto, aquele produtor que é um adotador de tecnologia, pode colher mais de 70 sacos/ha.

Mesmo em anos de crise, com baixos preços no mercado mundial, a agricultura cresceu, ajudando assim, a economia do município. Sim, porque toda a riqueza gerada fica em nossa comunidade. Mas a formação, a capacitação, o monitoramento, a boa recepção a toda a assistência técnica é essencial. O agricultor deve vivenciar o que a pesquisa gerou e implementar as melhores práticas em sua lavoura.

Com o objetivo de estabelecer focos de intercooperação e troca de conhecimentos a empresa Cultiagro, que opera com defensivos, fertilizantes, sementes e assistência técnica, realizou na última semana, na localidade de Campininha, um Dia de Campo, onde estiveram presentes mais de duzentas pessoas. O encontro reuniu cerca de dez especialistas, profissionais ligados a área da pesquisa na cultura da soja. Todas as novidades apresentadas naquele evento encontram-se disponíveis na empresa promotora.

Cada produtor teve a oportunidade de observar os experimentos nas Unidades Demonstrativas com inúmeras variedade de sementes, diferentes níveis de adubação, tratamentos fitossanitários contra ferrugem asiática, além de uma novidade no mercado; um produto, à base de um micro organismo que atua favorecendo a vida biológica do solo e, em conseqüência, maior rendimento da soja.

Foi uma ótima oportunidade para o produtor ouvir e conciliar teoria e prática em suas propriedades. Esse é um elo importantíssimo. Sem ele, não se disseminam novas tecnologias. O saber guardado, escondido, não tem valor nenhum. A pesquisa deve gerar novos conhecimentos e o agricultor deve aplicá-lo. “Minha expectativa foi superada”, falou o produtor Airton Brun, presente ao evento. Dotado de um perfil tecnológico avançado, Airton está sempre atento as inovações que o mercado oferece. Apresentou ao autor do texto alguns exemplares de uma variedade de soja que foi exibida no Dia de Campo. Na parcela experimental as plantas atingiram, em média, um metro de altura. Na lavoura desse agricultor, em Cinquentenário, o porte médio atingiu mais de um metro. Ou seja, o potencial genético das variedades apresentadas, pode demonstrar ainda, melhores resultados.

Em suma, quando se fala em produção de grãos, produtividade é essencial, independente do tamanho da propriedade rural. Pouco importa se esta é pequena ou grande.

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