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A estiagem severa que atingiu não só Santa Rosa, mas todo o Estado, não foi o principal motivo de as verduras estarem com qualidade inferior e bem mais caras nas gôndolas dos supermercados, mas sim as altas temperaturas registradas estes dias.

Claudio Afonso Meinerz, produtor de hortigranjeiros em Esquina Candeia, sentiu os reflexos dos 39 graus nas suas hortaliças. Segundo ele, o índice de calor histórico registrado recentemente foi pior que a estiagem, já que as tecnologias estão preparadas para a falta de água. “Foram dias que os marcadores registraram a campo aberto ou nas estufas, cerca de 48 graus. Para o cultivo de hortigranjeiros, isso se torna inviável”, relatou.

O produtor explica que para o bom desenvolvimento de planta, o máximo que a temperatura pode atingir é 35 graus, já que passando disso, o metabolismo dela praticamente para. “Em se tratando de 48 graus, além de parar o metabolismo, começou a definhar por causa do calor excessivo”, frisa.

Isso começou a ser sentido na semana que antecedeu o Natal e de lá para cá, o calor só se acentuou. Por isso, as folhosas, por estarem diretamente expostas a esta temperatura, assim como as brássicas (repolho, brócolis, etc), foram as mais afetadas. Já as leguminosas (beterraba, cenoura, etc), não sofreram tanto assim.

Claudio diz que a dificuldade foi extrema e, mesmo estando alinhado com as tecnologias atuais, esta questão do calor não há como combater. Ele que fornece para 55 clientes entre Santa Rosa e região, foi obrigado a entregar produtos menos bonitos. “O mercado exige qualidade e continuidade do abastecimento e depois de 28 anos trabalhando nisso, tive que romper isso, contra minha vontade. Temos o produto, porém não na quantidade necessária para suprir a demanda local. Não por não produzir o suficiente, mas porque a planta não conseguiu crescer. Procuramos auxílio fora, como parceiros de outras cidades, mas não tivemos sucesso, pois eles também se depararam com o mesmo problema”, lamenta.

Outra dificuldade enfrentada é a falta de mão de obra. Na empresa dele, existem 6 vagas abertas há tempos e que não são preenchidas. “Ouve falar bastante em desemprego, só que a realidade que eu sinto que não é esta. Temos vagas há algum tempo e não surgem candidatos para tal”, relata, muito provavelmente porque as pessoas não querem se sujeitar a trabalhar no calor.

Nelson Casagrande, Supervisor de Varejo de um supermercado de Santa Rosa, comenta que até meados de dezembro do ano passado, os produtos entregues não mostravam nenhum problema quanto a qualidade. Mas a partir da segunda quinzena, os produtos começaram a se mostrarem inferiores quanto ao aspecto e tamanho. “A partir da segunda quinzena de janeiro de 2022 foi que começou a escassez, com falta de todas as verduras plantadas de maneira tradicional (à campo, na terra), já a produção no formato de hidroponia, ainda conseguimos produtos, mas com aspecto, tamanho inferiores e quantidades menores”, conta.

Com relação a valores cobrados pelos fornecedores tradicionais e percebidos pelos clientes na hora da compra, Casagrande diz que de fato percebeu-se um pequeno incremento nos preços. “Atribuímos também a elevação dos custos de produção e insumos para o plantio, além é claro, da própria falta de produto em função da estiagem”, acrescentou.

O Supervisor explica que está sendo feito um esforço mútuo para que não se deixe de atender os nossos clientes, por isso, estão juntamente com os fornecedores, criando iniciativas de buscar produtos em outras regiões de estado, menos afetadas pela estiagem.

A tendência é que com a diminuição das temperaturas e com a chuva, a situação se normalize dentro de 40 dias.

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