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A importância do brincar na Psicoterapia com crianças

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Infância é tempo de aquisições, de abertura para o mundo, de curiosidade, de investigação dos objetos e a descoberta dos afetos. Essa deve ser uma fase em que o aparelho psíquico se constrói porque está aberto, curioso; isso na melhor das hipóteses, quando as coisas andam bem. Nesse sentido, o brincar é o trabalho da criança, assim como o adulto vai trabalhar, a criança precisa brincar, pois será com este recurso que ela irá aprender a fantasiar, investigar, a mostrar ao adulto sobre seu mundo e seus pensamentos, dar a ver o que se está aprendendo e sentindo sobre a vida.

O brincar é o momento em que ela organiza seu mundo, sendo uma das principais marcas do tempo; a casa dos avós, o tombo de bicicleta, os galhos, pedras, sucatas que viram brinquedos cheios de recursos para exprimir suas experiências. Uma criança que brinca, cria, imagina vai ter maiores chances de aprender e de ser um adulto com recursos simbólicos e criativos, bem como recursos cognitivos, intelectuais e sócio-afetivos.

Por isso as atividades que são importantes para crianças bem pequenas (0-3anos) não é o saber contar os números ou saber as letras, nem mesmo, o excesso de atividades aos quais elas estão submetidas, e sim, a riqueza dos múltiplos recursos de brincar, se experimentar, de ser protagonista da cena, onde é ela quem irá controlar o jogo criativo e prazeroso. Neste ato a criança organiza seu mundo, elabora conflitos, experiências desagradáveis, medos, frustrações, desejo e fantasias. Então vocês poderiam perguntar: Se a criança brinca está tudo bem com ela? Brincar não é sinônimo de felicidade e que tudo vai bem com ela. O brincar é a forma dela nos comunicar coisas, ao invés dela falar como o adulto que nos conta sobre o que sente, de como vai a sua vida; a criança nos comunica como vai a sua com o ato de brincar e de não brincar também, dando a ver que está em sofrimento!

Crianças sofrem com o crescer, fazem conflitos e, assim como os adultos, elas necessitam de compreensão. A criança brinca e nos mostra de como ela está, o que ela compreende e o que ainda não entende; nos mostra qual é a sua conflitiva através de um espaço de vivências que exerce sobre si quando brinca. Por isso que o ato de brincar é fundamental como recurso de identificar como a criança vê o mundo e como ela se relaciona com ele, com seus pais, com a escola, com as questões da aprendizagem, com seu sentimento e também quando está em sofrimento.

O trabalho psicoterapêutico permitirá à criança mostrar sobre sua conflitiva através do brincar, aliando conhecimento com experiência; permitirá compreender e interpretar a criança, sabendo-se o que está se passando com ela através daquilo que não vai bem. A interpretação do conflito da criança irá dar passagem para que ela possa fazer as suas compreensões acerca do mundo e de seus sentimentos; isso aliado ao trabalho em equipe com os pais, auxiliando-os nas compreensões, dúvidas e angústias será de fundamental importância para o sucesso terapêutico.

Débora Regina Knebel é psicóloga, psicanalista em formação e mestre em psicanálise. Membra do Núcleo da infância e educação do Projeto Associação Científica de Psicanálise e Humanidades de Passo Fundo e membra da Rede-Bebê Brasil. Trabalha com psicoterapia e psicanálise com bebês, crianças, adolescentes e adultos.

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