O deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) ficou horrorizado ao ter acesso aos números referentes às projeções de arrecadação da empresa que comprar a Corsan com serviços de água e esgoto nos municípios. Um aplicativo do Sindiágua/Sindicato faz o cálculo e permite visualizar o lucro estrondoso que o futuro dono da Companhia terá em detrimento dos municípios que assinarem os aditivos com esta nova empresa. “A discrepância de valores é assustadora. É vergonhoso deixar uma empresa privada lucrar bilhões e oferecer poucos milhões aos municípios, sendo que é a população quem vai pagar esta conta”, indignou-se o parlamentar, que está divulgando o aplicativo aos demais 306 municípios aos quais o governo vem pressionando para romper com a Companhia.
Preocupado com o caso de Santa Rosa, que possui na atualidade um vantajoso contrato com a Corsan, Jeferson fez os cálculos e confirmou o mau negócio que a assinatura de um aditivo com a nova empresa representaria para o município. A estimativa é de que, ao longo de 41 anos de novo contrato, os novos donos da Corsan poderão arrecadar mais de R$ 3,4 bi, ao longo de 41 anos de vigência, enquanto o município, no mesmo período, se cobrar 5% pela outorga dos serviços de água e esgoto, poderá ganhar cerca de R$ 173 milhões no mesmo período. “E não há garantia ainda de que se receba este valor, porque os aditivos que estão sendo assinados agora, na verdade não são com a Corsan. Se assinados estes novos contratos, a Corsan deixa de existir. Uma empresa que ainda nem se sabe qual é poderá ou não cumprir esses acordos com os quais sequer se comprometeu”, alertou o deputado.
O aplicativo também simula a projeção de ganhos caso Santa Rosa, ao invés dos 5% pela outorga, opte por cobrar 1 vez e meia de faturamento mensal do município, que é de R$ 6,8 milhões. “Ainda assim, Santa Rosa ficaria com um valor anual de R$ 10,2 milhões, chegando a R$ 418 milhões ao longo de 41 anos, o que nem se compara com os R$ 3,4 bi da empresa privada”, reforçou Jeferson.
Para o parlamentar, os cálculos evidenciam a falácia do governo, que justifica a necessidade de venda da Corsan pela suposta incapacidade da Companhia de realizar os investimentos determinados pelo novo Marco do Saneamento. “Os números não mentem; mas o governo, sim. Somei a arrecadação dos 40 maiores municípios atendidos pela Corsan e cheguei a R$ 180 bi para a empresa privada. E Leite alega que a Corsan precisa ser vendida porque não teria R$ 10 bi para investir no setor. É um engodo que não resiste à calculadora”, frisou.
Além disso, o deputado lembra que a assinatura dos aditivos contratuais, sem a devida apreciação da matéria pelas Câmaras de Vereadores nega à comunidade entendimento sobre “o que está em jogo”. “O governo gastou R$ 6 milhões para que renomados escritórios de advocacia digam aos prefeitos que não há necessidade de apreciação dos aditivos nas Câmaras. Mas, na verdade, o prefeito que o fizer desta forma, arcará