Na sexta-feira passada (1), centenas de empresários do ramo de energia solar de todo o Estado, se juntaram em uma grande comitiva que se reuniu em São Leopoldo, para reivindicar. Eles alegam que a RGE tem negado a instalação de novos sistemas fotovoltaicos, baseado em uma regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEL).
Algumas empresas, inclusive já acumulam prejuízos de mais de um milhão de reais por conta disto, como é o caso de uma de Passo Fundo.
O empresário Rodinei Gerardon, de Santa Rosa, esteve integrando a comitiva e também relata as dificuldades. Segundo ele, a RGE tem reprovado todos os processos com algumas explicações que não condizem com a realidade.
Os projetos são negados pela Engenharia da RGE, com base em uma regulação normativa de 2021, da ANEL, que teve atualizações em setembro e trata de inversão do fluxo de potência. A alegação deles, é que isso seria um problema para a rede elétrica, causada pelo excesso de carga injetado na rede pelos sistemas de energia solar. Isso acontece quando o sistema fotovoltaico gera a energia e o excedente, ou seja, a sobra de energia gerada e que nao é consumida de forma instantânea, deve ser enviada para a rede, barateando o custo. Mas o argumento é que em alguns locais do Estado, há várias unidades gerando ao mesmo tempo energia para a rede, sem que o excedente seja consumido.
Com isso, o fluxo da potência faz um caminho invertido, o que poderia gerar instabilidade na rede elétrica.
Mas os empresários, discordam.
Para o empresário Charles Freitas, inversão de fluxo é ruim se a energia for gerada aqui e enviada diretamente para as hidrelétricas. “Porém, como estamos em áreas urbanas, gerando nas casas e empresas, o que sobra, é consumido diretamente nas redondezas. Muito improvável acontecer esta inversão de fluxo”, diz.
Em nota, o grupo CPFL, diz que tem disponibilizado informações detalhadas para o preenchimento dos pedidos e que tem prestado suporte necessário para que as empresas se adaptem às novas exigências.
Na ocasião do protesto, os empresários entregaram uma cartilha com as reivindicações em reunião com a concessionária e esperam alguma mudança.