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Em 2050 teremos o Dobro de Pessoas com mais de Cinqüenta Anos.

Em 2050 teremos o Dobro de Pessoas com mais de Cinqüenta Anos.

Foi muito comentado o último debate entre os candidatos a Presidência dos Estados Unidos, o Trump, ex-presidente e o Biden, atual e buscando a reeleição. Este último está com 81 anos e foi um fracasso no debate. Confuso, raciocínio lento, desnorteado, aturdido. Frustrou seu grupo de apoio que esperavam dele uma performance melhor, até para provar que ainda estava em condições de continuar sendo o líder de uma das nações mais pujantes do mundo, mesmo com a idade avançada. Não foi o que se viu.


Ter idade avançada não significa unanimidade em termos de fraqueza, dificuldade de se movimentar, enxergar, ouvir, raciocinar. Uns são frágeis, dependentes, claro, outros não. Muitos velhos andam por aí com mente sã em corpo são. Fazem de tudo, são plenipotenciários. Fernanda Montenegro, por exemplo, está com 94 anos e continua fazendo apresentações regulares em São Paulo com milhares de fãs disputando ingresso para assisti-la. Não é somente a idade que limita.


É lógico que certas deficiências vão se manifestando, mais intensas em algumas pessoas; com menos intensidade em outras. Certos fatores influenciam. Hábitos de vida, consumo de bebida alcoólicas, cigarro, nível sócio econômico, fatores genéticos, diabetes, colesterol alto. Com o avanço da idade se perde massa muscular, o cérebro fica naturalmente mais lento. É comum a gente observar mais momentos de abstrações. Mesmo assim a idade não é fator limitante. Se fosse apenas por ela o Biden poderia ser Presidente dos Estados Unidos. Mas ele não está bem. Ficou claro.


A expectativa de vida ao nascer, no Brasil, é de 75,5 anos. Em 1950 era de cinqüenta anos. Evoluímos. Conforto, alimentação, nível sócio econômico, qualidade de vida, enfim. Assim, os governantes, devem promover esse potencial de trabalho e inseri-lo no mercado. É muita experiência que deveria ser reaproveitada. É um desperdício tanta experiência ficar ociosa. O idoso tem muito a oferecer.


Concluo sugerindo que você, caso tenha uma pessoa idosa em sua casa, dispense a leitura desta pobre coluna e dedique esses cinco minutos de atenção ao ser especial, que aí está. Desfrute o seu herói, suas contações de causos, a história de sua vida. Não tem dinheiro que pague isso. Continuo aprendendo e ouvindo outros contemporâneos. Na última semana, lá no meu São Francisco de Assis, ouvi o amigo Cleomar, idade avançada, algumas deficiências físicas mas sempre trabalhando na sua propriedade rural. Começou a evocar sua vida pregressa. O ar no infinito, como que perdido em lembranças. Lembrou das frias manhãs de inverno, onde a geada branqueava os campos do falecido pai. Do desconforto pela falta de calçados adequados, roupas que não esquentavam seu franzino corpo de guri. Aquela rotina o fez sonhar com uma vida diferente da que seu velho pai levava, como domador de cavalos, arrumador de cercas. Escolheu outros sonhos e realizou aqueles que a vida lhe permitiu. Disse que não conseguiu dinheiro mas se considera feliz. Lembrou que ao conhecer a atual esposa contou ao seu pai que pensava casar. Ao que o pai lhe disse: deixa de ser bobo. Tu não tem nada, ela não tem nada. Quanto dá isso? Nada. Vão viver de quê? Mesmo assim, teimou e casou. Os sonhos conquistados foram dentro dos conceitos de princípios como decência, honestidade, caráter, viver dentro das regras da convivência social. Ensinou aos filhos virtudes como o amor humano e as habilidades mínimas para mover-se nas coisas desse mundo. Proveu a eles alimentos, agasalhos, proteção, educação mínima. Isso é felicidade, me disse. E felicidade não se compra, se conquista,


Sabedoria de um velho amigo.

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