O estado de Kerala, no Sul da Índia, está em alerta para evitar a propagação do vírus Nipah, que tem taxa de mortalidade de até 75%. A preocupação se acentuou após um menino de 12 anos morrer em decorrência da infecção, em um hospital da cidade de Kozhikode.
De acordo com a rede de TV norte-americana CBS, o garoto buscou atendimento médico após apresentar febre alta durante uma semana. O estado de saúde piorou, se desenvolvendo para um grave inchaço cerebral.
O vírus Nipah pode apresentar sintomas respiratórios, incluindo tosse, dor de garganta, dores no corpo, fadiga e encefalite, além de um inchaço do cérebro que pode causar convulsões e morte.
A doença causa preocupação na OMS (Organização Mundial da Saúde) pelo seu potencial pandêmico devido às altas chances de transmissibilidade. Como o vírus fica incubado na pessoa por 45 dias antes dos primeiros sintomas, existe risco elevado de o infectado repassá-lo para outros, mesmo sem saber que está doente.
Isso fez autoridades de saúde da Índia rastrearem e isolarem 188 de pessoas que puderam ter contato com o garoto morto com Nipah, incluindo a família dele. Dessas, 20 são consideradas de alto risco.
A agência de notícias Associated Press informou que oito testes de pessoas com contato próximo ao garoto já deram negativos.
O vírus
O vírus Nipah está entre os dez primeiros vírus mais perigosos conhecidos e já causou alguns surtos na Ásia entre humanos. Ele normalmente é transmitido por morcegos frugívoros, porcos e pelo contato entre humanos. Durante o primeiro surto na Malásia, a maioria dos infectados foi contaminada por contato direto com porcos doentes.
Com uma taxa de mortalidade que varia 40% a 75% dos infectados, por enquanto ele causou apenas alguns surtos em países como Malásia e Bangladesh. Apesar disso, a OMS (Organização Mundial da Saúde) se preocupa com uma possível mutação que aumente sua transmissibilidade e o colocou na lista prioritária para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
A Ásia tem um grande número de doenças infecciosas emergentes. As regiões tropicais têm uma rica biodiversidade, o que significa que também abrigam um grande reservatório de potenciais patógenos, aumentando os riscos de surgimento de um novo vírus. O aumento das populações humanas e o contato cada vez maior entre as pessoas e os animais selvagens nessas regiões também aumentam o risco.