No dia 24 de Janeiro de 1989 morreu na cadeira elétrica, nos Estados Unidos, Ted Burney, notório estuprador e assassino. Num cinismo elevado à enésima potência, confessou, antes de morrer, que seqüestrava mulheres jovens e meninas, as torturava, estuprava e depois matava. Não demonstrou arrependimento pela morte de mais de trinta mulheres e crianças. Os psicólogos forenses chegaram a conclusão que ele se satisfazia com o casamento do prazer com a emoção do controle sobre a vítima, a demonstração de força, de superioridade. Inteligente, sabia conviver no seio da sociedade sem que ninguém desconfiasse no monstro que ele era. Diagnotiscaram com Síndrome de Personalidade Múltipla, uma espécie de bipolaridade mais acentuada. Ora se comportava de uma maneira; ora de outra, totalmente diversa.
A Convenção Internacional dos Direitos Humanos prevê o pleno desenvolvimento da pessoa humana, desde criança. Prevê o preparo para o exercício da cidadania, da convivência harmoniosa com os outros seres humanos, às normas de civilidade, à vida digna, ao respeito próprio. Frente a este contexto, qualquer violação desses direitos fere violentamente qualquer ser humano. Não existe felicidade plena se não há bem comum.
Não sou terapêuta, nem analista, nem psicólogo, muito menos psicanalista. Estes sabem o que dizem; eu especulo. Minha opiniões não são definitivas, não são juízos irrefutáveis, são palpites subjetivos. Vamos chamar de filosofia de balcão, psicologia do bolicho do Pelé.
Poucos dias atrás fiquei sabendo de um caso de pedofilia, ocorrido próximo do nosso município. Não é porque não ocorreu aqui, em nosso meio, que não é motivo de nossa preocupação. O ato monstruoso deve ser repudiado pela sociedade, é crime hediondo, horrendo, repugnante, imundo, nojento, sórdido, ofende os padrões da moral. Aproveitemos para deixar claro que a não denúncia de fatos, sejam por parentes ou não, implica em crime passível de punição. Adulto é sinônimo de proteção para qualquer criança. Omissão é crime! Quem permitiu a aproximação do cafajeste pedófilo com a criança? Se quem deveria garantir a proteção foi quem contribuiu, está enquadrado juridicamente. É barbárie se aproveitar da ingenuidade, da inocência, da pureza, da desproteção de um inocente. É crime hediondo se aproveitar de uma criança sem lhe dar chance de legítima defesa.
Pedofilia é perversão. Está tipificado no Art, 217-A do Código Penal. Esta forma monstruosa de satisfaça sexual, o estupro de vulnerável, incorre em punição legal pelo Estado, com penas de 4-10 anos de cadeia, em regime fechado. Se for membro da família a pena poderá ser acrescida de 2/3. Penso que a Legislação deveria ser mais punitiva; é muito branda. Estudei bastante para escrever este texto. Li artigos, tratados, artigos científicos, reportagens, publicações diversas, conversei com profissionais da área jurídica. Buscava compreender a razão dos atos de tamanha barbárie. Queria, de forma simples, esclarecer a origem do fenômeno. É difícil. Seus autores seriam apenas loucos, ou maldosos? Muitos casos de monstros que violaram crianças, violavam também cadáveres. Patologia? Transtorno de personalidade?
A vítimas, normalmente sofrem de distúrbios como insônia, ansiedade, auto estima baixa, baixo desenvolvimento escolar, insegurança, timidez. Se um adulto sofre um assalto, ou é agredido de alguma forma pode ficar com distúrbios pelo resto da vida, imaginem uma criança de sete anos ser estuprada?
A raiva faz mal à saúde, ninguém deve desejar mal ao outro. Mas desejo, sinceramente, a clausura aos pedófilos, o recolhimento, o isolamento da sociedade, pelo resto dos seus dias. Enquanto isso exerçam o papel de pais: protejam vossas crianças e adolescentes. E usem vosso direito de denunciar qualquer anomalia.