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Permita o leitor que o cronista fale de si mesmo. Das suas limitações. Faço uma auto crítica, uma reflexão. Sempre senti dificuldade com a falta de rapidez em meu raciocínio. O que observo é que enquanto alguns têm a resposta pronta para qualquer discussão eu não tenho velocidade de raciocínio. Quando alguém me diz alguma coisa, que exige uma resposta rápida, sinto dificuldade em responder na hora. Passo por embaraço muitas vezes, sem ter o que responder. Horas depois fico pensando: porque não disse tal coisa em resposta ao interlocutor? Deveria ter respondido assim ou assado. Não tenho presença de espírito, não tenho resposta ágil. Isso num debate é altamente prejudicial. Em cinco minutos tenho uma resposta inteligente, criativa, arrasadora. Qual a importância de cinco minutos? No rádio, num debate, tem uma enorme importância.

Não tenho dificuldade em processar informações, mentalizar, memorizar conteúdos. Meu cérebro precisa trabalhar mais rápido. Disseram que ter reflexo é uma habilidade nata. Mas pode ser melhorada ao realizar exercício físico, fazer caminhadas. É bom para o cérebro. Força a musculatura cerebral. Facilita o maior fluxo de oxigênio. Me recomendaram fazer os neurônios trabalharem mais, ler, jogar baralho, lembrar o nome de pessoas, de cidades visitadas, nome de ruas. Exercitar a mente.

Ter foco valoriza a vida pessoal e profissional. Observo que certas pessoas tem uma agilidade cerebral impressionante. Tem a resposta “na ponta da língua”, como dizia meu pai. Enquanto isso eu fico acachapado, pensando. Sou lento. Tenho uma inveja enorme de um escritor chamado Victor Frankl, que escreveu um livro em apenas nove dias. Victor Hugo escreveu o clássico francês O Corcunda de Notre Dame, 675 páginas, em menos de um mês. Eu levo até uma semana para escrever uma crônica. Com algum tempo sou capaz de fazer uma longa digressão, mas na hora me torno superficial, quando não medíocre.

Uma pessoa que tinha uma rapidez cerebral impressionante era o primeiro ministro da Inglaterra, Sir Wiston Churchil. Entre ele e o dramaturgo Bernard Shaw, havia uma desavença explícita, trocavam farpas constantemente, sempre com a elegância e a altivez inglesas. Certa vez o dramaturgo, que iria estrear uma peça enviou o seguinte convite ao Ministro: ___Tenho o prazer e a honra de convidar digno Primeiro Ministro para a primeira apresentação da minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver. Resposta imediata de Churchil:—-Agradeço ilustre escritor pelo convite. Infelizmente não poderei comparecer na primeira apresentação. Irei à segunda. Se houver.

Foram afetuosos, sem desrespeito, mas cheios de personalidades. Eu levaria dez dias para achar uma resposta dessas.

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