Sobre mudanças climáticas sou apenas um curioso, um curioso a beira da neurose, premido, ainda, pelas minhas limitações neste assunto. Sinto-me, como qualquer cidadão do mundo, na obrigação de colaborar com as gerações futuras, reparando pelo menos parte do estrago que temos feito ao nosso planeta ao longo dos anos, desde o dia e que fomos classificados como sapiens na evolução da humanidade. Sou sim, mais um inconformado com a ação do homem, o maior responsável pela emissão de gazes na atmosfera, pelo efeito estufa e pela aceleração do aquecimento global, num estágio da tecnologia, em que medidas muito simples e baratas poderiam frear o aquecimento do planeta. Estudos da Universidade de Columbia, em Nova York afirma: ‘só os painéis fotovoltaicos que produzem energia substituindo os combustíveis fósseis – carvão e petróleo, já seria um enorme avanço para a conservação do planeta.’
A energia fotovoltaica está cada vez mais barata, mas ainda só é usada em larga escala nos países que oferecem subsídios. Na França a companhia – EDF – que tem o monopólio da energia oferece o seguinte esquema aos consumidores: você instala painéis solares no telhado, a empresa compra a energia gerada, coloca-a na rede e paga a você o rendimento de 10% ao ano. Nada mau num país onde a poupança não remunera mais do que 3% ao ano sobre o investimento. Em resumo, ser um micro produtor de energia nesses países tornou-se uma forma de garantir uma aposentadoria mais confortável e isso serve também para a produção de energia eólica. O Brasil, um tanto atrasado, está entrando nessa revolução energética. Em uma das viagens que fiz, olhando os telhados na Europa, pensei no Brasil, que gasta uma Itaipú e meia, só para aquecer a água do banho com chuveiro elétrico, com todo o sol que temos de graça. Se o governo abrisse mão dos impostos em toda a cadeia produtiva até a instalação, a renúncia fiscal seria muito mais lucrativa e menos desgastante politicamente do que as brigas constantes com os ambientalistas – e os crimes ecológicos que se cometem – para a construção de novas hidrelétricas. Além disso, haveria a criação de centenas de milhares de empregos no setor; bastaria uma regulação, uma canetada que faz surgir riqueza e ainda ajuda o planeta, tão simples para os países desenvolvidos, parece ser uma impossibilidade política nos países em desenvolvimento.
Até sábado.