Nas décadas de 60/70 a alta direção do DAER, a pedido do diretor de contabilidade, costumava convocar os técnicos em contabilidade, das 14 unidades (residências) nos momentos em que o setor sofria algumas alterações importantes, como novos equipamentos tecnológicos ou mudanças significativas na arte da contabilidade pública. A utilização das famosas maquinas OLERITES nos trabalhos de registros contábeis foi uma mudança importante, feitos por aquelas máquinas, bastava para registrar um slips no cérebro da engenhoca e o lançamento contábil estava pronto para o fechamento da contabilidade da nossa residência, no mês correspondente. É aí que entram minhas frequentes temporadas em Porto Alegre, para os seminários de aperfeiçoamento e novas tecnologias para o setor contábil da autarquia, por que, com raras exceções os lançamentos do contador (técnico em contabilidade) de uma residência não fechavam com as demais, embora tudo terminasse resolvido a cada reunião, em Porto Alegre. Em todos os encontros os trabalhos ganhavam aperfeiçoamento e ficavam uniformizados. Voltando ao ponto, lembro que fizemos amizades fortes entre nós, os técnicos do interior. O meus melhores amigos, dentre estes, eram o Oscar Reis e Edione Bertolazi; nossa amizade era de tal forma inquebrantável que, muitos anos depois quando fui internado para submeter-me a uma cirurgia de prótese de quadril, o hospital advertiu-me que precisava de sangue, ao que respondi: chamem o Reis. Não lembrei de mais nada até sair do bloco cirúrgico. Mas quando abri os olhos ainda na sala de recuperação, la estavam, frente ao meu leito, o Reis e o Bertolazi e, antes mesmo de eu perguntar qualquer coisa eles se adiantaram: Ué, você não precisava de sangue O+!? Estamos aqui; mas temos uma exigência, quando deres alta daqui vamos tomar um whisquesinho lá no SINGAPURA. Eu não sei se ainda existe o Singapura, mas era o bar preferido do Lupicinio Rodrigues; ficava em frente o cinema CACIQUE na Rua da Praia. Nós, à tardinha, ao sair da sede do DAER, na Caldas Junior, íamos para lá e só saíamos depois que o LUPI chegasse para tomar o seu tradicional ‘bourbom’ e satisfazer as nossas dúvidas e curiosidades sobre suas composições. E foi assim que hoje eu canto, Cadeira Vazia, Exemplo, Maria Rosa e Vingança, os clássicos do saudoso Lupicinio Rodrigues. Mas o velho Lupi, dali seguia com seu flamante LINCOL para a Churrascaria Copacabana no fim da Getulio e só saía ao amanhecer, de táxi, deixando o Lincol para só buscar no dia seguinte. Em uma sexta-feira de um inverno rigoroso, eu estava no departamento de contabilidade, quando o meu chefe Palharez me chamou e sentenciou: Ôh, Madeira?! Teu estágio terminou, fecharam as contas da contabilidade de tua residência, aqui está a requisição para comprar a tua passagem e segunda não quero ver a tua cara e a do Reis aqui, boa viagem. Hoje, é um dia que passo lembrando o Reis, o Bertolasi, mas pincipalmente o Roberto Carlos: “Belos tempos. Belos dias”.
Até sábado!
PELOS TEMPOS, BELOS DIAS
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