Sábado, dia dezenove de Janeiro, embarquei em Santa Rosa, num ônibus, tipo leito, às 22 horas, com destino à Porto Alegre. Poltrona 11, plataforma 6. Muito conforto, carro novo, ar condicionado, motorista super educado, nos desejou boa viagem ao iniciarmos a mesma O único fator de desconforto foi o preço da passagem. Valor: R$ 285,05. Esse valor é muito alto. A opinião é minha, assino abaixo essa matéria usando meu direito de livre manifestação de opinião.
Andei pesquisando para escrever esse texto. Fui informado de que no ano passado, 2018, foi concedido um aumento de 18,9% no valor das passagens de ônibus intermunicipais. O aumento foi tão elevado que o DAER decidiu parcelar em duas vezes, uma em Julho e a segunda etapa do aumento justamente no final do ano, época em que as pessoas mais viajam, sejam pelas festas, seja pelas férias.
Entrei em contato com o DAER e me falaram que entenderam a importância de conceder o aumento com base na revisão tarifária da AGERGS, Agência Estadual dos Serviços Públicos Delegados. Afinal, quem deve proteger os interesses dos passageiros? Entendo que a composição do preço passa necessariamente por uma planilha de custos. Tem que ser levado em consideração o valor dos combustíveis, pneus, depreciação dos veículos, impostos e taxas, mão de obra, etc.
Aprendi também que não existe uma padronização tarifária no Brasil. A mesma distância percorrida em regiões diferentes do país apresentam valores de passagens completamente diferentes. O Rio Grande do Sul tem as passagens mais caras do País. E esse fator incide de forma considerável sobre grande parte da população gaúcha. Muitas pessoas viajam a trabalho, tratamento de saúde, estudos e também lazer. Somente uma empresa, uma das maiores do Estado transportou em um ano, três milhões quinhentos e quarenta e seis mil passageiros.
Penso também, e exponho meu pensamento, que não é bom a concentração de atividades nas mãos de uma única empresa. Fui pesquisar o valor de passagens no mesmo trecho e descobri que não existe outra empresa atuando naquele trajeto. Há cem anos chamavam a isso de monopólio! A livre entrada de outras empresas no mercado, aumentaria a concorrência no setor, oferecendo mais opções aos passageiros. Talvez nem precisasse fixar preço!
Gostaria de obter uma justificativa do Poder Público. Não creio que seja justo o simples tabelamento do alto preço das passagens. Como também não creio que haja conluio com o interesse de empresas privadas. Apenas para termos comparativos, viaja-se em avião da Azul, de Santo Ângelo a Porto Alegre, com tempo de percurso de 55 minutos, no valor de R$ 170,00 em compra de passagem com antecedência, com direito a uma bagagem. Mais um elemento comparativo; pesquisei valores em vôo na Europa, partindo de Madrid, com destino a Barcelona, de lá até Paris e então retornando à Madrid por R$ 484,00. Não estou conseguindo entender essa história!