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O Preço da Liberdade

O Preço da Liberdade

Na montagem da sua equipe de governo 3, Lula, para a Secretaria da Comunicação com status de ministério, nomeou Paulo Pimenta. Por não corresponder, o único gaúcho do 1º escalão foi exonerado. Em verdade, como chefe da Secom, embora limitado tecnicamente, o deputado (PT) fez o possível. É que, no caso, “o furo” é mais embaixo. Com o advento das redes sociais, a mágica da mídia tradicional perdeu o monopólio da informação.

Elio Gaspari, autor de ‘A Ditadura Envergonhada’, no Estadão (21/12/24) – veículo simpático ao governo – assentou: “Desde a posse, Lula altera malabares. Nos dias pares, culpava Roberto Campos Neto por uma economia que patinava. Nos ímpares, buscava, sem sucesso, um protagonismo internacional. Gastou dois anos tentando trocar êxitos, enquanto escondia que seu governo não cortava despesas.”

Já em editorial, o jornal disse: “Cumprindo rigorosamente o que foi chamado a fazer, … Sidônio Palmeira anunciou que o governo de Lula está em guerra contra os “big techs”. Como se vê, o governo arrumou um inimigo virtual para gerar medo (estratégia populista). O PIX completa esse cenário. Até parece piada. Ante a reação a uma Portaria de 09/2024, que ampliava os poderes do Coaf, Lula, alegando agora desconhecê-la, editou MP para dizer que é proibido cobrar aquilo que não é cobrado.

Das falas de Sidônio, que em administração pública e comunicação institucional entende pouco, mas muito de truques eleitorais, tem-se que a tarefa da Secom será responsabilizar as mídias sociais pelas mazelas do país com publicidade chapa-branca.

O furo, porém, é mais embaixo. Em 2024, investidores estrangeiros retiraram do país R$ 32,1 bilhões, a Bolsa teve o pior desempenho desde 2015, a inflação ronda 5,00% a.a. Já o desemprego (6,1%), só é baixo por se assentar em “inovação” do IBGE: só é desempregado quem procura emprego.

A troca de Pimenta por Sidônio só não é seis por meia dúzia porque o novo titular da Secom domina o marketing político, enquanto o ministro defenestrado, não. Mas, nesse pacote há o risco de Sidônio, como ele expôs, de transformar a Secom em Ministério da Propaganda. O Estadão captou a mensagem: “Já deu para perceber, portanto, qual será a estratégia do lulopetismo na 2ª metade do mandato de Lula: inventar uma guerra contra os magnatas estrangeiros da internet para que se pare de falar em inflação, contas públicas deterioradas …”

Para agradar ao governo, Sidônio atacou as Fake News dizendo que na esfera pública só é aceitável a verdade. Quanto a isso, de pleno acordo. Mas quem, no caso, seria o censor? O governo. Logo, é aí que mora o perigo. Goebbels, assessor de Hitler, ensinou: a mentira reiterada vira verdade.

Sidônio se mostrou eficiente na derrapada de Rui Costa, da Casa Civil, ao falar em ‘intervenção’ para conter preços, mas na trapalhada do governo no caso PIX, não. É a prova de que não basta mudar o rótulo sem mudar o produto à venda.

Em tempo de redes sociais, o jornalismo tradicional perdeu gás, mas não morreu. O dinheiro pode muito. Lembro, então, a UDN: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”.

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