Não sou obrigado a concordar

Não sou obrigado a concordar

No Brasil ou tu é do bem ou é do mal. Se concordo com tuas idéias, sou do bem; se discordo, sou do mal. Se tenho um ponto de vista diferente passo a ser crucificado, tratado com desprezo, ignorado. Essa é a relação manifestada por certo agentes públicos. 0ra, certas “autoridades” deveriam esquecer que são alguém especial. Estão no cargo para cumprir com suas obrigações, lembrando que têm um único patrão: o povo. Não sou forçado, compelido a concordar com as idéias e atitudes de certas dirigentes. Fico com meus pontos de vista; eles com os deles. A passagem do tempo me deixou com uma quantidade menor de certezas na coerência de atitudes daqueles que tem por encargo fazer respeitar as leis. Penso assim mas fazer o quê? Sou do tempo em que ladrão deveria ficar na cadeia, traficante também. No meu tempo a justiça não minava instrumentos de investigação dos crimes, mesmo que fossem praticados por elementos de “colarinho branco”. Hoje, com argumentos de nível ginasiano, permanecem libertos bandidos notórios, como André do Rap e tantos outros. Tudo justificado com discursos ecléticos, proferidos por juristas de notório saber. Muita soberba na oratória, muita arrogância para justificar atitudes incompreensíveis.

Mas é assim mesmo. Os iluminados gostam de radicalizar, ridicularizar. Na última sexta feira, pela manhã, procurava uma costela minga para assar à noite quando um amigo me perguntou: ainda tem aquelas suas armas em casa, seu Clóvis? E iniciamos uma troca de idéias sobre o direito ou não de possuir e portar armas para defesa pessoal. No ano de 2003, no governo do Lula, com a Lei 10.826, ficava proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional. Mas em Outubro de 2005 aconteceu um referendo com a seguinte pergunta: o comércio de arma de fogo dever ser proibido? O resultado final foi de que 63,94 respondeu não. Quase sessenta milhões de brasileiros foram favoráveis a comercialização de armas para defesa pessoal. O resultado contrariou todas as pesquisas, (grande novidade), porque a Rede Globo havia pregado intensamente a favor do “sim”, com apoio de lideranças expressivas como o nobre senador Renan Calheiros, o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.

Até hoje a discussão se posterga com cada corrente fazendo suas justificativas. Aqueles que são contra o desarmamento alegam que cabe ao Estado proteger os direitos humanos fundamentais. Andar armado seria papel exclusivo das Polícias. O próprio ex presidente Lula, recentemente, em campanha, anunciou que, se eleito, vai fechar todos os Clubes de Tiro no Brasil.

Os defensores do porte de armas discordam. O Estado não pode estar presente com sua Polícia, por mais eficiente que seja, em todo o lugar ao mesmo tempo. Ele não é onipresente. E então como fica o direito à proteger a própria vida, a honra, a dignidade, sua família, o patrimônio de pessoas que moram em locais isolados? O direito à legítima defesa é universal. O cidadão tem o direito de usar os meios necessários para repelir a agressão à si ou a terceiros. E esta deve ser proporcional a agressão sofrida. Ou seja, se o bandido está armado com um revólver calibre 38, não o receba com um ramalhete de flores. A sua reação é uma medida protetiva, é o direito a auto preservação. Existem dados de que o desarmamento fez com que aumentasse o número de crimes violentos e assassinatos. É simples a compreensão das causas: os bandidos não foram desarmados. Desarmar os cidadãos; não desarmar os criminosos?

PS Ainda mantenho minha armas, sim. Devidamente legalizadas. Mas se o Alexandre de Morais mandar confiscar, vou me defender com flechas.

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