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A vida nunca foi fácil. E com o passar dos anos, existem mais pessoas, mais lugares, mais histórias, mais estresse, mais horas de trabalho e afins, e isso tudo acaba exaurindo as energias de qualquer um.

Psicóloga Daniara Wolf Kerkhoff
Psicóloga Daniara Wolf Kerkhoff

A exaustão emocional é um impasse que a cada dia se torna mais frequente para milhares de brasileiros. “Vivemos nos dias de hoje passando por situações difíceis, onde para convivermos, atendermos as demandas da vida social, do trabalho, dos compromissos que assumimos com os outros, faz com que tenhamos que reprimir certos desejos, não sendo possível fazer tudo conforme se tem vontade”, fala a Psicóloga Daniara Wolf Kerkhoff. Conforme o dicionário, reprimir vem do verbo transitivo direto. Significa controlar o ato ou a movimentação de; conter ou suster: reprimir a evolução. Permanecer escondido; não demonstrar; guardar: reprimir uma paixão. Conter (algo ou alguém) através de ameaças e/ou punição; proibir: reprimiu os movimentos populares. Pode-se pensar sobre esta questão, quando se tem choques entre os desejos, como, por exemplo, desejar ascensão no trabalho e de ser querido pelos colegas, de modo que não tenha que se indispor com ninguém, ser bonitos, magros, felizes o tempo todo, ter um salário pomposo, além ter que engolir o choro, pois a fraqueza é feio. A necessidade de ser forte o tempo todo.

No entanto, quando aquilo que se reprime é um desejo, um afeto ou sentimento, não é por que foi reprimido que ele tenha sido eliminado. Pelo contrário, sempre a pessoa encontra uma maneira de expressar, ocorrendo neste momento à repetição. Um desejo que pode ocorrer, mas no entanto, não pode ser expresso por outra via.

“Muitas vezes o impulso do que reprimimos, faz com que repetimos o ato por várias vezes mas por situações diferentes. Como as situações que ocorrem em nosso dia a dia, durante a vida, podem ser difíceis de lidar, o nosso inconsciente desenvolve o processo de resistência. A maioria das pessoas que atualmente procura terapia, apresentam sintomas como de, de baixa auto- estima e de prejuízo do sentimento de identidade, derivados da resistência em permanecer em um estado depressivo, muitas vezes resultante de algumas feridas narcísicas”, salienta Daniara.

Para a Psicóloga, esse movimento faz com que as pessoas procrastinem, de modo a conseguirem resolver questões que as incomodam, ou também tendem a desencadear uma ansiedade ou angústia que faz com que se sintam paralisadas em sem se moverem para resolver ou sair da situação. E vão empurrando uma questão que se torna um duplo problema, primeiro porque é algo que exige uma ação e segundo, porque não conseguem fazer aquilo que é necessário.

Com o ato da resistência, desenvolve no inconsciente um agir contra a compreensão interna. Frequentemente as pessoas resistem às mudanças, e preferem manter a situação como está. Não que elas não desejem melhorar ou se curar do que estão sentindo, mas por que muitas vezes não acreditam na melhora, ou acham que não as merecem, o que correm o risco de voltar a sentir as dolorosas experiências por qual passaram. E tornam o objetivo de vida em sobreviver e não viver.

“O impulso que demonstramos de reprimir o que sentimos pode partir de duas direções: uma de dentro, através de um reforço de fontes internas, e outra de fora, através de percepções de algo que se deseja. Na grande maioria das vezes, reagimos inibindo a situação. Diante de uma ansiedade ou angústia, acabamos optando em evitar a angústia do nosso psíquico e optamos em abrir mão, evitando o desencadeador de nosso sofrimento”, explica Daniara Kerkhoff.

Ao momento que a pessoa resiste a entrar em contato com o próprio sentimento, passa a formar um sintoma, que pode aparecer através de um esgotamento emocional. Na verdade ele está tendo um gasto de energia emocional para bloquear e se proteger dos conflitos internos que surgem e inibem. Através disso, geralmente acabam desencadeando sentimento de culpa ou necessidade de punir a eles mesmos pelo que sentem.

O desprendimento do estado sintomático pode causar uma ansiedade/angústia. Uma ansiedade por ser representada sobre a mesma causa geradora em todas as situações que a pessoa passe, ou pode surgir de um fato que faz se sentir ameaçado. A pessoa começa a se proteger de seus próprios sentimentos como se eles fossem uma ameaça, um perigo que vem de dentro, e isso desgasta, cansa. Algumas pessoas, quando estão em estado de esgotamento, desencadeiam ansiedade, no entanto ouve-se muitas relatarem não saber por que se sentem desta maneira.

“Inconscientemente fazemos o ato de reprimir o que sentimos, os conteúdos que nos causaram satisfação, idealização, ansiedade, angustia, podem vir a se transformam em pensamentos esquecidos, impedindo de serem reproduzidos na lembrança, e assim sendo afastado da consciência. Nos deparamos aqui com a questão de que muitas vezes compararmos o problema maior do que ele é, ocasionando em uma relação de sensação de desamparo face a aquilo que sentimos, que nos realmente esgota emocionalmente. Através dos bloqueios internos que as pessoas fazem, faz com que duas partes do sujeito discordem entre si, assim estabelecendo uma tensão, tendo que o psíquico achar uma alternativa de resolver de alguma forma. Esse estado, gera um esgotamento físico que paralisa a pessoas e a mesma não reage mais a nenhuma situação, e um esgotamento emocional perdendo o sentido e a satisfação com as coisas e consigo mesmo”, relata a Psicóloga.

As pessoas tem condições de conseguirem auto preservarem-se, antevendo uma situação traumática. Questionam-se: Como? O que se pode fazer é sempre, frente aos atos ou situações que as pessoas enfrentam no dia a dia, refletir sobre o que está sentindo. Se o que houve desencadeou outras sensações, e não se consegue compreender sozinho, buscar ajuda de pessoas próximas ou de profissionais. Em algumas situações, quando o problema se torna sintomático, e extrapola a possibilidade de refletirmos sozinhos, se faz necessário um tratamento para encontrar outras vias de satisfação e de poder viver de forma menos limitada.

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