,

Uma criança com um livro na mão

Uma criança com um livro na mão

Naquela sala havia uma criança com um livro na mão. A mãe me enviou uma foto dizendo que a menina estava com saudades do titio Clóvis. Me senti insensado, bajulado, enaltecido. Mas o que chamou a atenção foi que a Júlia estava com um livro na mão. Mas ela ainda não sabe ler, pensei. Pois exatamente aí reside a grandeza da minha amiguinha. Ela adora ouvir histórias, ouvir a mãe ler, seu maior entretenimento é com materiais de pintura, fazer desenhos, olhar gravuras nos livros. Ela tem um cérebro privilegiado mas é incentivada pela mãe, outro cérebro privilegiado. Essa mãe tem uma mente aberta, desempenha o papel de liderança em sua comunidade e sabe da importância da educação de sua filha. Entende que é isso que fará a diferença no futuro da filha. Admiro essa postura de mãe e de filha.

Certo dia ouvi dessa senhora que tentaria retardar ao máximo o acesso da filha a redes sociais e aos vídeos. Jovens chegam a permanecer até oito, dez horas ao dia frente aos equipamentos eletrônicos. Que tempo sobra? O cérebro se habitua a mensagens curtas, fórmulas prontas, conteúdos vazios e curtos que dificultam a falta de atenção, uma das habilidades mais fundamentais. Pais e professores devem incentivar a leitura. Mas não esperem isso de professor que não lê. Ninguém vai incentivar o desconhecido. Ninguém ama o que não conhece.

Este texto vem da alegria que senti ao ver a Júlia, minha amiguinha, com um livro na mão, algo raro nos dias de hoje. O hábito de manusear livros, mesmo sem saber lê-los, é um sinal de que um dia será uma leitora. E isso a qualificará a se tornar uma pessoa vencedora, diferenciada. Até porque ninguém vence se não tem qualificação. Só a leitura estimula a concentração, estimula áreas emocionais, ativa os pensamentos, a imaginação. Quem lê fala mais bonito, com mais estilo, desenvolve a oratória. A criança que costuma ler tem mais facilidade de interagir, fazer amigos, tem mais empatia por se expressar melhor, demonstrar mais cultura. Senhores pais, não permitam que o celular substitua a leitura de seus filhos.

Com a leitura a inteligência é estimulada. Porque ler é viajar a outros mundos, imaginar, sonhar, provocar a criatividade, descobrir outros caminhos, leitura oferece segurança na comunicação com outras pessoas. Transforma para melhor a maneira de pensar, abordar assuntos diversos. Ninguém adquire cultura sem ler. E ter cultura é entender o mundo, outras culturas, saber sua história, sua língua, seus costumes, é copiar idéias boas e ignorar idéias ruins. Para quem lê fica mais fácil lidar consigo mesmo e com os outros.

Por tudo isso que este idoso que vos escreve, já em estado mental declinante óbvio, parabeniza a Naiara e a Júlia. Vocês são exemplos a serem seguido. Se alguns pais não reconhecerem a atitude de vocês, como eu reconheço, nem dêm bola. O herói de uns costuma ser o vilão de outros! Parabéns! Meus respeitos!

Por Clóvis Medeiros

3 visualizações.
Notícias Relacionadas