Pesquisa mostra aspectos positivos e fragilidades de municípios

Pesquisa mostra aspectos positivos e fragilidades de municípios

Cidades, estados e países do mundo inteiro competem cada vez mais em termos de imagem, com o objetivo de atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento. É neste cenário que surge e se expande o Marketing de Lugares, buscando alavancar os produtos e serviços de uma determinada região, como o turismo e a gastronomia. Esse é o tema que norteia o projeto de pesquisa coordenado pelo professor da Unijuí Ariosto Sparemberger, que estuda o Marketing de Lugares nos municípios da Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul.

Durante o primeiro semestre de 2022 foi feito contato com as prefeituras dos 20 municípios da região estabelecida e encaminhado um questionário para as mesmas. As cidades que fizeram parte da pesquisa foram Alecrim, Alegria, Boa Vista do Buricá, Campina das Missões, Cândido Godói, Doutor Maurício Cardoso, Horizontina, Independência, Nova Candelária, Novo Machado, Porto Lucena, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Santa Rosa, Santo Cristo, São José do Inhacorá, Senador Salgado Filho, Três de Maio, Tucunduva e Tuparendi.

A Fronteira Noroeste possui uma população de 198.329 habitantes, sendo que 67,32% vivem na área urbana e 32,68% residem no meio rural. De 2001 a 2022, a região perdeu em torno de 13.852 habitantes. Segundo a avaliação das prefeituras, a redução da população e a infraestrutura logística estão entre as principais fragilidades da região. “Já as atividades do agronegócio e do setor industrial são as principais potencialidades. Também a existência da cultura do voluntariado na região é um fator positivo”, destaca Ariosto.

O coordenador da pesquisa relata que a maioria dos municípios investigados possui carência no sentido de oferecer atrativos para visitantes e moradores. “Poucas são as atrações relacionadas a existência de centros de convenções, calçadões, cafeterias, parques aquáticos e hotéis fazenda. A localização da região, comparada com o restante do Estado e País, é considerada geograficamente periférica, com muitos municípios fronteiriços e características de desenvolvimento tardio. Mesmo assim, a região vem enfrentando seus desafios de forma qualificada”, avalia o professor.

Outros dados revelados pela pesquisa:

85% dos municípios consideram que possuem atrações naturais;

65% entendem que possuem características únicas para atrair visitantes;

45% acreditam que existem propriedades rurais para visitação de turistas;

60% não possuem informações sobre seus visitantes;

60% possuem um site com informações da sua cidade;

55% dos municípios dizem possuir uma marca distinta em relação a outras cidades;

70% possuem incentivos para receber indústrias e empresas;

90% concordam que o município possui auxílio público para atrair novos investimentos;

75% dizem existir pessoas com perfil empreendedor na cidade.

A previsão de encerramento do projeto é para o final de 2023, com possibilidade de prorrogação. Neste primeiro momento, foi analisada a região como um todo. Nas próximas fases, a expectativa é delimitar a pesquisa por município. “A ideia é trabalhar individualmente cada município, a exemplo do que já está sendo feito em Santa Rosa. Mas ainda temos muitos dados a tabular sobre outras estratégias de Marketing de Lugares, pois o questionário aplicado foi amplo”, ressalta o coordenador.

Além do projeto de pesquisa, acadêmicos de Administração da Unijuí também estão estudando o tema Marketing de Lugares em seus Trabalhos de Conclusão de Curso. “Temos um aluno pesquisando sobre Ijuí, outro sobre Santa Rosa e uma estudante pesquisando sobre Três Passos, então vai ser bem interessante quando eles concluírem esses TCCs sobre Marketing de Lugares, pois eles estão investigando o grau de atratividade e a infraestrutura desses municípios”, salienta Ariosto.

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