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Sejam bem-vindos!

O hábito de ler é desenvolvido ao longo da vida. Acredito nisso. E é algo fundamental para a formação de massa. Massa crítica. O nosso pequeno Filipe, que amanhã completa seus dois anos, vem sempre sorrindo carregando o livro da escolinha, nas sextas-feiras. Ele sabe que no sábado sentará em meu colo e devoraremos aquelas páginas coloridas e animadas. O papai faz os barulhos da onça, do cachorro, do gato e do passarinho. Um gole de café e a vida segue. Talvez cinco ou seis leituras consecutivas das mesmas poucas páginas. É um dos momentos mais felizes da minha semana.

O interessante disso é que nosso lar é repleto de livros: os dele, os da minha esposa e os meus. Cada um com seu estilo preferido, seu momento da vida e suas necessidades de absorver conhecimento. E o Filipe sabe que os livros têm o espaço definido e devem ser cuidados. Já fui, confesso, leitor de maior volume, mas desde o nascimento do nosso menino, por óbvio, aquele tempo foi readequado.

Recentemente vi em uma rede social a sugestão de uma obra: Mortais (Atul Gawande , editora Objetiva). Livro escrito por um médico e que aborda algumas questões relacionadas aos cuidados de pessoas. Gostaria sinceramente de ter tido acesso a essa obra há alguns anos. Eu teria feito algumas escolhas diferentes.

Através da história do surgimento de casas de repouso, clínicas e centros de atenção, o autor demonstra as dificuldades que a vida e a debilidade da saúde impõem para as pessoas e seus familiares. Em vários aspectos são debatidos temas que em algum momento nos assolarão: cuidados de nossos idosos, a submissão a procedimentos até as últimas esferas da tecnologia, o uso de medicamentos com alta toxicidade em busca de alguma gota de esperança e mais um mundo de coisas.

Decidi trazer a temática por entender ter uma mensagem sob as páginas que li: precisamos conversar com nossa família e com nossos médicos as nossas vontades. Vontades e valores. Senhores e senhoras ainda chegam ao derradeiro momento sem ter conversado com ninguém sobre até onde gostariam de ser submetidos a cateteres, infusões, tubos, máquinas e a distância dos seus. E por diversos motivos. O medo talvez seja o maior deles, mas essa verdade não adianta jogarmos para debaixo do tapete, ela se apresentará. Ou a decisão será terceirizada e dolorosa aos que terão que tomá-la. Ainda vejo isso pelo menos uma vez por semana, no olhar de filhos e de cônjuges, que estão inseguros de saber se essa era a vontade do paciente.

Vamos celebrar a vida, agradecer a oportunidade de vivermos o momento mais próspero de desenvolvimento da ciência e da saúde, de toda a história da humanidade. Vamos seguir comemorando a descoberta de novas terapêuticas para as enfermidades que surgem. E vamos celebrar o conhecimento e a oportunidade de compartilharmos coisas boas. E uma das mais belas faces da vida: termos acesso e sermos livres para pensar.

Até a próxima!

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