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Viajar de bicicleta, é vivenciar aventuras inesquecíveis

Leia a entrevista exclusiva e descubra a magia de viajar em duas rodas

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Viajar é tudo de bom, não é? Quem resistiria em conhecer lugares maravilhosos e magníficos? Poucas pessoas, provavelmente, perderiam tal oportunidade. Hoje, em mais uma matéria especial, o Jornal Gazeta Regional convida você para viajar junto com Jeferson Rossi Furtado (50 anos).

A reportagem conversou com Jeferson, que relatou que fazem 14 anos que iniciou suas aventuras com sua bicicleta. A primeira viagem que ele fez foi às Ruínas de Miguel das Missões.

Depois desse passeio vieram outras viagens magníficas, deslumbrado com inúmeras belezas naturais, Jeferson, viajou para Montevidéu (Uruguai), San Pedro de Atacama (Chile – no roteiro incluía o deserto do Atacama), Bueno Aires (Argentina – cruzando pela costa uruguaia), Valparaíso (Chile – cidade localizada na costa do Pacífico), La Paz (Bolívia – cruzando pela Argentina e Paraguai). Claro, na região de Santa Rosa são mais de 8 mil quilômetros que realiza todos os anos.

“Viajar de ‘bike’ é estar um mundo onde não existe rotina; onde a noção de viver o dia se sente com muita força; onde o imprevisível se faz presente; onde você não está na estrada, você é a estrada e que cada metro pedalado é absorvido pelo olhar. Todos os sentidos do corpo estão aguçados e curiosos pelo que virá um ambiente único, onde outras importâncias se fazem presente, onde tudo que você precisa é que seu corpo e mente aguente a jornada muitas vezes duríssima fisicamente”, comenta Jeferson.

Furtado não sabe dizer qual foi a viagem que mais o marcou, revela que cada uma é especial e cheia de riquezas. “Falar de viagem marcante é difícil, cada uma é especial e cheia de riquezas de acontecimentos, mas quando se passa por situações difíceis, isso certamente marca com mais intensidade. As vezes a viagem mais marcante que você possa ter, nem aconteceu ainda, isso é o que apaixona quem viaja dessa maneira. Uma vez, na viagem que fiz com meu colega Claiton Ketzer, a qual saímos de Santa Rosa com destino para San Pedro de Atacama (Chile), foram muitas superações devido aos extremos. Faltando um dia para chegar a San Pedro, teríamos que percorrer 160 km. Tudo tranquilo para fazer em um dia. Saindo cedo, a expectativa era de chegar até às 18h no destino. Depois de pernoitarmos em uma escola jesuíta na fronteira da Argentina com o Chile, acordamos cedo. Era Janeiro, mas a temperatura pela manhã era em torno de zero graus. Havia gelo no topo das montanhas na volta, o céu estava num azul intenso, característico do lugar. No entanto, fomos impedidos pela polícia de fronteira de seguir logo cedo. As cancelas estavam fechadas devido ao gelo sobre a pista, podendo causar acidentes. Mesmo nós estando de ‘bikes’ não permitiram que ninguém seguisse em frente e ali aguardamos até às 11 da manhã. Os veículos fariam essa distância em torno de 2h, mas nós de bicicleta e carregados com bagagem, levaríamos em torno de 8h normalmente. E assim fomos liberados e seguimos em frente, muitas fotos no caminho, a beleza do deserto fascina, como se tivéssemos na pré história do mundo. Vez ou outra se enxergava alguma raposa do deserto, alguma lhama, mas o tempo foi passando e enfrentamos nosso primeiro grande desafio, uma grande subida a mais de 4000 m, ali tínhamos que fazer pequenas paradas a cada 50 m, o ar era escasso, lembrando que a cada 5000 m temos a metade do oxigênio para respirar. Nós e toda nossa bagagem para levar morro acima e no pedal, foi bem difícil superar isso tudo, mas deu certo, ali nossa media pedalada caiu muito, chegaríamos mais tarde ainda. Logo adiante as voltas que a estrada faz nos levou a pegar um vento contra, como nunca eu havia pego, andávamos a 5 km por hora, não mais que isso, uma tempestade por muitos quilômetros, onde a previsão de chegada ficava mais distante ainda. Seguimos firmes e fortes, mas não tanto assim ,a jornada até ali foi dura. Entretanto, não tinha acabado ainda, o fim da tarde chegou e sol foi embora, foi como ligar o ar condicionado no máximo: esfriou e ventos laterais. Agora, tivemos dificuldade até para colocar um agasalho devido ao vento e garoa que chegou repentinamente. O frio veio com tudo, uma garoa leve fazia tudo congelante. Eu tinha dificuldade até em falar com meu companheiro devido ao rosto quase congelado. A noite caiu, agora estávamos lá, no deserto, sozinhos, literalmente, pois as fronteiras estavam agora fechadas, mas seguimos mesmo assim. Muitas subidas nesse caminho, o cansaço, a fadiga pelo esforço extra se fazia presente. Mas não podíamos ficar ali na estrada. Até que em certo momento víamos uma luz no horizonte, era San Pedro, distante apenas por 40 quilômetros. Isso deu um ânimo e quando começaríamos a descer até a cidade, meu amigo fura o pneu da ‘bike’, mas resolve seguir assim mesmo, agora só descidas com curvas. Pela perfeição do asfalto ele seguiu e inacreditavelmente conseguiu, aliás, estradas diferentes dos asfaltos daqui, que são muito ruins e mal feitos. Ele conseguiu descer 35 km com o pneu traseiro furado e quando chegamos no plano, faltando 5 km pra San Pedro, trocamos a câmara e seguimos até nosso destino final. Eram 23h. A aduana estava fechando, mas conseguimos carimbar a entrada no Chile e viver mais um pouco outras histórias que viriam. Assim é a ‘rotina’ de um aventureiro, regada de batalhas diárias que nós faz apaixonados pela vida que ganhamos, tudo sempre é compensador e gratificante, fazendo algo interessante, e você? O que faz para você mesmo? Para poder olhar para traz e pensar…Valeu a pena até aqui…”, relembrou Jeferson.

Questionado se está planejando alguma viagem, Jeferson Furtado comenta que em Março desse ano fará uma de forma diferente. Ele não sairá de casa pedalando, mas irá até Cuba de avião onde irá pedalar pela ilha de norte a sul. Sairá de Havana, circulará pela ilha e retornará à capital do país. Estima que esse percurso dará em torno de 2500 quilômetros. “Trinta dias para conhecer, buscar imagens e viver na ilha como é realmente. Nessa viagem completo desde o ano 2000, 100.000 km de histórias bem vividas”, revela.

Jeferson convida para participar dessa aventura, basta entrar em contato por mensagens pelo Facebook/WhatsApp e reservar sua participação. O aventureiro está organizando um livro, onde contará sobre mais aventuras com sua bicicleta.

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