Teorias comportamentais

Teorias comportamentais

Conversando com parentes bem mais velhos, recordava a forma de estrutura familiar do tempo em que nasci. As famílias foram o primeiro grupo social instituído pelo homem. Visavam proteção, busca de alimentos, a subsistência, a caça de animais. Foi evoluindo durante milhares de anos até chegar ao modelo patriarcal, no inicio do século, tendo a figura do pai como autoridade suprema, rígida, sobre mulher e filhos. A composição era formada por uma prole muito numerosa. Meus tios costumavam ter dez filhos ou mais, morriam cinco e o pai muitas vezes nem sabia o nome deles. Quanto mais filhos, mais mão de obra disponível na propriedade. Hoje a média no Brasil é de 1,56 filhos por família.

Mas me recordo de um tio, figura importante na família, culto para os padrões da época. Esse tio, como todos os pais, buscava transmitir aos filhos, normas de conduta, os valores, os padrões, a aprendizagem social que rege a formação dos filhos. Como hoje fazem o Robson e a Naiara com a Júlia. Claro que as crianças crescem e interpretam, à sua maneira os ensinamentos dos pais. Até porque há que relativizar a postura dos patriarcas. Meu tio era muito radical. Costumava bater nos filhos como forma de correção de conduta, de imposição de sua autoridade. Nos dias atuais ele seria preso. Hoje existe até um certo exagero nas chamadas “medidas protetivas”. Temos que ter muito cuidadoso para não ferir a auto estima da vulnerável criancinha. Ás vezes beiramos a paranoia. Defendo o equilíbrio, detesto extremismos.

Voltemos às teorias comportamentais do meu tio. Falava aos filhos que detestava a hipocrisia, era um ser autêntico. Dizia: tomem cuidado com aqueles que se dizem constantemente que são do bem, estes são propagandistas de si mesmos. Ninguém é totalmente das trevas, nem totalmente anjo. Vivemos numa sociedade hipócrita. Muitos que usam constantemente o nome de Deus, dos santos, que cobram a presença dos outros nos rituais religiosos, que apontam para erros comportamentais alheios, que se dizem modelo de conduta, na maioria das vezes destilam ódio, falsidade, são extremamente perigosos. A história mostra os fatos. Foi esse tipo de pessoas, extremistas religiosos, que, em nome de Deus ou de uma religião, matou, estuprou, degolou. Grandes eventos, como a Inquisição comprovam isso. Mais recentemente, povos islâmicos apavoraram o mundo com sua barbárie, em nome de Alá.

Comparando aos tempos atuais, pouca coisa mudou. Continuamos a conviver com pessoas ou grupos sociais extremamente perigosos. É tão bizarro. Por exemplo. Muitos que dizem repudiar o que fizeram os nazistas aos judeus, milhões de pessoas assassinadas, são as mesmas que desejaram a morte do presidente Bolsonaro pela facada. A maioria do povo brasileiro é ótima, educada, pacífica, alegre, solidária, bondosa, receptiva. Mas existem, como sempre existiram, os maus elementos, os falsos, os ladrões, os mentirosos. Com a ajuda do arcabouço legal que lhes concedem a certeza da impunidade, roubam, matam sem medo.

Esses dias, uma deputada apresentou Projeto de Lei com o número 4540/2021 pedindo para legalizar, descriminalizar o roubo. Alimentos e itens básicos roubados não mais seria considerado crime e sim “ações não criminosas”, simples contravenção. Imaginem, se aprovado esse PL, e com nossos representantes tudo é possível, o que seria dos supermercados, das lojas, da sua propriedade. Os arrastões nas praias se tornariam lugar comum.

Pobre do meu velho tio se estivesse aqui hoje!

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