Até hoje foram 420 peleias do maior clássico do Brasil e um dos maiores do mundo. De um Estado que respira futebol e que faz do Gre-Nal um campeonato à parte, tamanho é a sua ressonância no nosso cotidiano.
Um clássico que divide famílias, amigos, amores, irmãos. Um clássico que só premia um vencedor, porque empate é insonso, inóspito e inodoro e deixa todo mundo um tanto melancólico. Apenas a vitória pode arrancar sorrisos. E lágrimas. Invariavelmente, um clássico com um vencedor estremece o Estado.
A metade se regozija em felicidade no seu estado bruto, pleno. A outra, sofre, impiedosamente.
Só uma parte da família fica feliz, só uma parte dos amigos comemora, só um dos irmãos sorri.
Nunca houve, em 420 clássicos, um momento em que todos venceram, em que todos sorriram, em que todos comemoraram. Até hoje…
O frio chegou, a solidão das ruas apertou e atingiu, sem distinção, colorados e gremistas. E então, o improvável, o imponderável, o impensável aconteceu.
Um clássico com dois vencedores.
Um clássico que fez todo mundo sorrir. Um Gre-Nal que uniu os namorados, os amigos, os irmãos, as famílias, cantando em uníssono a vitória da solidariedade, do amor versus o rancor, da generosidade versus a raiva.
Os colorados e gremistas, peleadores das ruas da capital, não vão passar frio porque pela primeira vez na história, Inter e Grêmio decidiram protagonizar um clássico onde há dois vencedores.
Hoje eu tenho orgulho de ser colorado.
E de ter um rival de tamanha grandeza. De todos os 420 gre-nais fervorosos que já aconteceu, esse, com certeza, foi o mais quente.
VAMO VAMO INTERRRRRRR!