O câncer é uma doença que tem grande impacto na sociedade. É incontestável que ela se tornou uma das principais causas de mortes em meio aos brasileiros e também é muito temida entre eles. Porém, com o avanço das tecnologias e inovações na medicina, os tratamentos estão cada vez mais precisos na ajuda contra esse mal na vida das pessoas.

Em Santa Rosa, a reportagem do JGR realizou um levantamento de dados que mostra o número de pacientes que estão em tratamento de câncer. A unidade de Oncologia do Vida & Saúde, referência nesta área, presta atendimento para toda a região da 14ª CRS, aponta que há o registro de 800 indivíduos em procedimento, fora os casos que são referenciados aos outros centros.

O Diretor Clínico da Oncologia do Hospital, Dr. Pedro Lourega, menciona que existe uma parcela de pessoas que escolhem em não seguir com o tratamento, porém, comparado com o número de pacientes que procedem, é relativamente baixa. “Uma vez que o paciente tenha o suporte familiar, condições sociais e desejo de enfrentar seu tratamento de maneira positiva, raramente não aceitam a indicação. O médico tem sua maneira de explicar os procedimentos, um tempo pequeno para explicar muitas coisas (devido ao alto volume de atendimentos), e nem sempre consegue agradar a totalidade das pessoas. Porém, superadas essas particularidades, a imensa maioria aceita e faz o tratamento”, relata.

“A grande contribuição da saúde regional é o acesso a exames de rastreamento (mamografia, por exemplo) e o diagnóstico, que antigamente também necessitava de referenciamento a outras cidades. O paciente encontra, geralmente, a totalidade de seu tratamento no Hospital Vida & Saúde. Felizmente, os casos que estão chegando ao serviço de oncologia clínica são na sua maioria de casos ainda com doença localizada, com potencial de cura”, diz o médico, exemplificando um dos motivos de tanta procura e tantos procedimentos em relação ao câncer.

Acompanhando os dados do INCA, em Santa Rosa e na região, foi confirmado que os tipos de câncer que possuem prevalência são os tumores de mama, próstata e tubo digestivo. E que de fato, as mulheres são a maior parte de pessoas que procuram assistência médica, porém, ultimamente estão começando a estimular os homens para que fiquem cada vez mais preocupados e deixem o tabu de lado para assim comparecer mais em consultas. “Uma vez que a menina é educada pela sua mãe a procurar o ginecologista desde que jovem, a mulher acaba por ter maior hábito de ir ao médico para cuidar preventivamente de sua saúde. Detectamos nos últimos anos que, acredito por meio das campanhas de conscientização, os homens tem vindo ao consultório para fazer a prevenção ao câncer com maior interesse”, explica Lourega.

Segundo Pedro, os tratamentos que estão disponibilizados aos pacientes vão desde o tratamento cirúrgico, radioterápico, até a quimioterapia/imunoterapia. “Nem todos os pacientes necessitam destas três modalidades, mas a passagem por estas equipes é importante para otimizar o acesso e tempo para o tratamento ser bem feito e assim, termos melhores resultados”.

Mas afinal, o que causa o câncer? De acordo com Lourega, no mínimo um terço dos tumores tem relação com o tabagismo e o alcoolismo. “Além disso, exposição solar exagerada, não vacinação para o HPV e hepatite B, bem como a não detecção precoce de lesões pré-malignas do colo uterino e do intestino (pelo exemplo de Papanicolau e colonoscopia respectivamente ), são fatores de risco. É uma doença multifatorial, às vezes hereditárias e o oncologista clínico é o profissional indicado para a devida orientação nos exames preventivos”.

Sem dúvidas, combater o tabagismo (mesmo passivo), o consumo regular de álcool e estimular a realização dos exames de Papanicolau e a colonoscopia são fundamentais. A mamografia é muito necessária, nos casos das mulheres, pois permite o diagnóstico precoce do câncer de mama, além de outros exames específicos, tanto para homens e mulheres, para detectar tumores em estádio inicial. Além disso, em termos de hábitos de vida, deve-se combater o sedentarismo, estimular exercícios físicos, ter uma alimentação equilibrada saudável habitual e combater a obesidade são medidas essenciais para a prevenção do câncer.