O governador Eduardo Leite anunciou, durante transmissão pela internet na terça-feira (21), o que chamou de distanciamento controlado de atividades a partir de 1º de maio no Rio Grande do Sul. No entanto, pouco depois, durante live de GaúchaZH, respondendo à pergunta da colunista Kelly Matos, ressaltou que a retomada das aulas não deve observar esse mesmo calendário.
— Considerando que a gente tem 20% da população gaúcha em escolas públicas municipais, estaduais, privadas, nas universidades, pode ser algo que a retomada das aulas fique mais distante — explicou Leite.
O governador deixou claro que ainda não há definição sobre datas de volta às aulas. Na rede estadual, as escolas não recebem alunos desde 19 de março. São ministradas as chamadas aulas programadas para tentar vencer o conteúdo do ano letivo. Leite chegou a dizer que as instituições de ensino também poderão entrar no distanciamento controlado, mas que isso ainda precisa ser melhor avaliado.
— Que vai ser feito observando a capacidade de atendimento hospitalar de cada região e os indicadores de propagação do vírus naquela região. Se o vírus está se propagando mais rapidamente e a capacidade hospitalar é baixa, então mais restrições serão impostas naquela região. Se temos o vírus se propagando pouco e a capacidade hospitalar é alta, então poderemos ter uma liberação de atividades maior — complementou o governador.
Por mais de uma vez o governador citou que as decisões de flexibilização de atividades levam em conta a pesquisa liderada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) sobre a prevalência de coronavírus no Estado. Para o reitor da UFPel e coordenador da pesquisa, Pedro Hallal, não há nenhuma possibilidade de retomada das aulas a partir de 1º de maio, data prevista para início do distanciamento controlado.
— Certamente, a Universidade Federal de Pelotas não retornará às aulas antes do final do mês de maio. Talvez em junho, e bem provável que seja mais para frente — disse o reitor em entrevista ao Gaúcha +, ressaltando a independência da academia e dos gestores que vão tomar as decisões.
Como gestor de universidade e pesquisador diz que “não é o momento de repensar volta das atividades escolares, nem no Estado, nem nos municípios individualmente”:
— As atividades escolares são um ponto central de combate à pandemia porque as crianças vão circular umas com as outras, e obviamente vão infectar umas às outras. E vão ter muito poucos sintomas.
Fonte Zero Hora