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Recados das Urnas Eleitorais

Recados das Urnas Eleitorais

As eleições municipais revelaram a preferência dos eleitores. Ainda que com distorções do processo – sempre presente como com a compra de votos -, das urnas eleitorais saíram, embora pendentes algumas disputas de 2º turno, a vontade dos eleitores e os recados subliminares a administradores e a políticos. Ah, também as abstenção. Foram a presença de ausentes ao pleito eleitoral.

Os votos municipais, no RS e no Brasil, autorizam dizer que a direita se fortaleceu. Basta confrontar os dois polos ideológicos: o PT, com pífio desempenho, o PL, com crescimento expressivo. No RS, o escore do PT é um dos piores da história. Estimava eleger 40 prefeitos, elegeu apenas 19. No país, o vitorioso do 1º turno foi o Centrão (PSD, MDB, PP e União Brasil). 

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, acusou o golpe. No entanto, minimizando-o, disse não haver “relação direta entre a eleição municipal e a eleição nacional”. Também ouvi comentaristas da esquerda dizerem que foram eleitos prefeitos de partidos da base. Logo, não seriam de oposição.

Ledo engano! Embora partidos vencedores estejam na base do governo, elegeram prefeitos desafinados de Lula. Para Zero Hora, a “Eleição municipal confirmou tendência observada nos últimos anos, no Rio Grande do Sul, de avanço dos partidos de centro-direita e direita. Já as siglas identificadas com o campo da esquerda perderam terreno em relação ao pleito anterior”. Avaliação, a meu sentir, precisa.

O mesmo ocorre no Nordeste, reduto do PT. Em Teresina (PI), o candidato do Lula e do ministro e ex-governador Wellington Dias, perdeu para o candidato do ex-ministro de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP). Também há guinada à esquerda. Geraldo Alckmin virou socialista. No 2º turno em SP, vai de Boulos, líder do MTST, movimento político à imagem e semelhança do MST. Aliás, o vice-presidente está sendo coerente com sua incoerência. Basta lembrar sua afirmação “Lula quer voltar à cena do crime”.  

No país, no 1º turno, o PL de Bolsonaro fez 15,7 milhões de votos, contra 8,9 milhões do PT. Os partidos da esquerda fizeram 1.991 prefeitos; os partidos de direita, 3.516 prefeitos. Há, ainda, o 2º turno em várias cidades, mas pouco ou nada mudará. Já em Goiânia o 2º turno é entre candidatos da direita: Fred, do PL, e Mabel, do União Brasil. Portanto, a esquerda sequer está no páreo.

Das urnas, em 2024 saiu um Brasil da direita. Isso não significa que esteja traçado o mapa de 2026. Até porque o Central, ora “pole position”, gosta de poder, sejam os governantes de esquerda ou de direita. Aliás, Gilberto Kassab, presidente do PSD, fortalecido neste pleito, assim define o seu partido: “Não é de direita, nem de esquerda, nem de centro”. É de quem? De quem lhe apresentar o mais “convincente” projeto.

O PT encolheu. Porém, com os engajamentos da mídia, de artistas, de ambientalistas que acham a fumaça das queimadas que respiram, hoje, são bálsamo para seus pulmões, tudo é possível venha acontecer nas eleições de 2026. Outrossim, a esquerda, traçando analogia com Maquiavel (dividir para reinar), sabe que, do confronto entre candidatos a prefeito da direita em 2º turno, tem tudo a ganhar e nada a perder.

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