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Peço licença para vos falar, de justiça feita ou de impunidade. Vos falo da banalidade do mal. O debate sobre valores éticos é essencial para que fatos que conspurcam a nossa história não se repitam. Em nosso país corrupção, desvios, trapaças são termos cada vez mais integrados ao nosso vocabulário. E muitas vezes os delitos são efetuados por aqueles que deveriam zelar por nossos valores. Certos atos colocam no chão a dignidade de autoridades que o praticam. O pior é que estamos assistindo que um manto de proteção é estendido aos infratores por aqueles que justamente deveriam ser os arautos da justiça. Poder e Ética jamais devem se distanciar. Os agentes da justiça são os norteadores da conduta dos homens e das relações sociais. O ordenamento jurídico brasileiro foi feito para resguardar a ordem, define a estrutura basilar do comportamento numa sociedade. Guiam nosso comportamento. Em qualquer sociedade é imprescindível o respeito às normas estabelecidas. Sem isso viramos a Casa da Mãe Joana. Governantes não podem ser mentes complacentes com a bandidagem.

Lamentavelmente, assistimos a violação indelével ou não das regras legais. Bons advogados alteram resultado de julgamentos, conseguindo punições leves quando não conseguem absolvição para crimes considerados graves pela sociedade. Nos parece que tudo conspira para favorecer os infratores. Ficamos chocados quando imagens nos mostram Suzane Von Richtofen, a assassina dos próprios pais ser liberada da prisão para comemorar o ….Dia dos Pais. Estão brincando. Recentemente o assassino da atriz Daniela Peres, Guilherme de Pádua, morta com dezoito punhaladas no coração, ao ponto desse órgão ficar exposto, fora do corpo, ser liberado da prisão por….bom comportamento. E assim um arcabouço de artimanhas facilitam a vida de criminosos e ladrões…saidinhas, indultos de Natal, Páscoa, cumprimento de 1/3 da pena, bons antecedentes. Ontem um notório ladrão foi dispensado da prisão para freqüentar um curso de farmácia. O incêndio na Boate Kiss vai completar dez anos e ainda não se chegou a punição de ninguém! Manchete de domingo, dia 25/09/2022 no Jornal Gazeta do Povo, Curitiba: Equívoco Judicial; STJ liberta traficante flagrado com 311 quilos de cocaína.

A impunidade está se estabelecendo. Deixar de cumprir a pena, formalmente estabelecida por um delito é impunidade. Quando alguém sabidamente culpado recebe pena mais branda ou absolvição, causa revolta. Observamos a soltura de meliantes reconhecidos com argumentos difíceis de entender. Explicações pouco racionais para liberação de condenados em várias instâncias nos induzem a pensar em artifícios injustos. Muitos condenados a vinte anos de prisão ficam dois e ganham a liberdade. É a Lei mas é leniente. Ressocializar um imoral? Vamos trocar de assunto. Linguagem carinhosa para meliantes incentiva o caminho infracional. Chamar ladrões de celulares, bolsas, motos, de “meninos” que precisam de atenção, é incentivar o crime. O delinqüente que comete um crime não pode ser estimulado por autoridades. Bandido tem que ser punido, não premiado. Criminoso não é vítima da sociedade. Não podemos ter um Estado paternalista que ampara malfeitor. Passando a mão na cabeça de bandidos e ladrões não reconstruímos nossos valores como sociedade. Falar mal da Polícia e enaltecer bandidos e traficante é, isto sim, ameaçar a Democracia. Se vingar de quem combate a corrupção é crime. É teoria conspiratória, hipocrisia, cinismo. Não me surpreende ouvir que Marcola está processando alguém por tráfico de drogas. O Brasil é um hospício. E isto não é isca literária. Muitos dos meus comentários esdrúxulos procedem.

Precisamos incentivar a moral e a ética. Honestos é o que, em tese, fomos e gostamos de ser. Mas não somos mais unanimidade. Ser honesto significa ser justo, sincero, não fingir, trapacear, enganar, mentir. É ter caráter ilibado. Pintar nosso destino com as cores dos erros não é bom. Não podemos ser contaminados com o vírus da imoralidade, da estupidez. Com idéias de estatura ginasiana não é de se esperar grandes coisas. Me parece que, no meu país, chegamos a seguinte prerrogativa: O ponto não está em ser honesto e sim que assim pareça. Acabo de ler algo muito interessante no Volume II da trilogia Escravidão, de Laurentino Gomes. O rei de Portugal, Dom João II, em 1595, ao se despedir do Capitão Mor, Lopo Soares de Albergaria, nomeado para um cargo no Brasil, teria dito: eu vos mando ao Brasil, não sejais tão néscio (tolo) que venhais de lá pobre! Já havia certa permissividade para o enriquecimento ilícito.

Até hoje tem gente se aproveitando! E se saindo ileso!

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