Se Deus vier que venha armado. A bagunça é grande neste pequeno espaço que Ele criou e que se convencionou chamar de Terra. Por aqui é guerra por tudo quanto é canto, gente roubando, matando, xingando, ofendendo, mentindo. Vossos filhos não estão se entendendo. O pior é que muitos são dissimulados, fingidos. E essa filosofia de vida destrói o respeito que o homem deveria ter por si mesmo. Vejamos. Muitos usam como refúgio vossa Igreja, vosso Santo nome em vão, para disfarçar sua imensa carga de maldade, sua vocação para o mal, sua dedicação a serviço do Medonho, do Tinhoso.
Lembro que meu pai, aculturado, simplório cidadão, porém, profundo observador das coisas do mundo, dizia: ___Cuidado com as “cascavéis de sacristia”, referindo-se a pessoas que freqüentavam mais a igreja do que suas próprias casas. Desempenhavam papéis de puritanas, beatas, imaculadas senhoras, exemplos de virtude e de fé. Algumas delas se julgavam representantes de Deus na Terra. E meu pai falava:—Quanto mais alguém se diz perto de Deus, mais longe está, até porque essa proximidade é signo de sua falsidade, ou seja, essa pessoa já está em pecado, porque está mentindo e mentira é pecado. Deus não gosta de falsos “bonzinhos”. Deus não gosta daqueles que afirmam em público, constantemente, seu infinito amor a Nossa Senhora, a Jesus. A intenção desse exibicionismo é tirar proveito de alguma forma, é impressionar os desavisados. É querer se mostrar bonzinho. E a Igreja não é lugar de mentira!
Desculpem mas quando testemunho esses fatos, a atuação desses falsos atores, minha vontade é mandar todos esses hipócritas pra fora do sistema solar. Estou escrevendo sobre os mentirosos, os falsos profetas, aqueles interessados em enriquecimento através do dízimo entregue de boa fé pelas pessoas que realmente crêem em Deus. Falo de pastores que fazem uso de má fé. Pessoas que são uma representação constante do mal, da encenação. São seres inacabados, nunca serão plenos, porque sabem que estão vivendo em estado de mentira. A maioria desses líderes religiosos se utilizam do dízimo dos mais pobres para pagarem seus perfumes francês, seus jatinhos mais modernos, suas fazendas, iates, para manter seu “status quo”, de alto luxo. Afirmo, com orgulho, que nenhum deles levou um tostão meu. Não tenho dinheiro para gastar com mercadores da fé.
Me desculpem os leitores devotos. Estou apenas fazendo um tipo de terapia de choque, desmascarando a hipocrisia. Os crentes, vêm na religião um refúgio, um consolo para seu desespero existencial, buscam sentido para a vida, coragem para enfrentar a morte. Um dos fatores positivos das religiões é a pregação de boas normas de conduta, dos bons costumes, comportamento social, respeito ao próximo. Admiro esses fatores. No entanto, não sou um homem que recebeu o dom da fé. Em Tuparendi temos 23 religiões diferentes, nunca me interessei e continuo imune a todas elas. Desculpem meu exercício de arrogância, de soberba. Mas sou autêntico em minhas manifestações, detesto mentiras, como escrevi no início do texto. Acredito em Deus à minha maneira, abstenho-me da prática de rituais criados pelos homens. Não me considero um falso Cristão.
Frequentar as igrejas esperando algo em troca é sinal de medo e Deus não gosta de covardes. Por fim, meus profundos respeitos àqueles que vivem em intimidade com Deus, num estado de pureza absoluta. Respeito a espiritualidade, a crença de cada um em seu Deus. Respeito e admiro os autênticos cristãos.