Em dias em que as apreensões estão lá no alto, cheio de incertezas e medos diante de um cenário de pandemia, as pessoas tendem a se tornar tensas e ansiosas. Mas, ao invés de ficar só reclamando, é preciso fazer algo que possa vir a melhorar esta condição, principalmente cuidando da saúde. Uma boa alternativa pode ser praticando Yoga.
Esta prática, é uma ciência milenar, originária da Índia. Clarisse Goulart Nunes, Professora de Yoga formada pelo International Sivananda Yoga Vedanta Centre, explica que com a pandemia, nossa descrença na humanidade está renovada. “Muitos de nós mal consegue acreditar como criamos esta sociedade. Diante de tantas mortes, passamos a valorizar a vida, a casa e rever nossos hábitos. Investir em autoconhecimento, inevitavelmente, leva a modificações dos hábitos de consumo, passamos a nos questionar em qual medida é nossa a responsabilidade por ter criado este quadro tão indesejado. Especialmente para aquelas pessoas que não possuem crenças e práticas religiosas estabelecidas, a prática de Yoga pode fornecer um alento interessante. Mesmo que o praticante não acredite na anatomia sutil, nas deidades e nos mantras os benefícios serão colhidos. Este ponto de reflexão é muito interessante e merece ser aprofundado”, destaca.
O Yoga que ela pratica e ensina, é uma ciência que oferece um caminho para alcançar a autorrealização. É um método de educação integral, que busca a saúde do corpo, da mente e do espírito. O estilo de Yoga Sivananda é composto por cinco princípios: exercício adequado (ásanas), respiração adequada (pranayamas), alimentação natural, relaxamento profundo e meditação. O Yoga corresponde a uma variedade de ações para o desenvolvimento do ser na sua integralidade, incluindo a música, os rituais devocionais, o serviço desinteressado, o estudo e a prática da filosofia.
Em resumo, o Yoga é uma prática para modificar o modo de ver e viver a vida. “Se você escolhe o caminho do Yoga é porque você quer se sentir bem, quer abrir mão de dores, sofrimentos e julgamentos. O Yoga é a oportunidade de encontro consigo mesmo, é o momento de viver sua verdadeira essência, é transcender a dualidade mente-corpo pela experiência da meditação”, explica Clarisse.
Treinar a mente é o mais importante. Durante a aula, o praticante é guiado para focar a atenção na respiração e nas sensações do corpo físico, buscando o conforto na postura. “Sem violência, respeitando os limites do corpo. Com atenção plena o barulho mental se reduz. Nossa mente é “treinada” para a distração: vivemos bombardeados de informações, barulhos, demandas que nos sobrecarregam, praticar Yoga é se acomodar no silêncio. É se permitir, apenas por alguns minutos, relaxar profundamente. Com a continuidade da prática a disposição, a produtividade e a criatividade vão ganhando espaço. A postura ereta e a respiração profunda tornam-se naturais”, diz.
A professora diz que o principal benefício de praticar o Yoga é o autoconhecimento, acompanhado da sensação de leveza e consciência plena. “Sentir seu corpo alongado e relaxado, sua mente equilibrada, seus pensamentos claros. Transformar o seu dia a dia, a forma como age e não mais reage às situações de estresse”, acrescenta. Além disso, ajuda a melhorar a consciência corporal, a flexibilidade, o relaxamento e a concentração. A melhora no sono, redução de dores na coluna, a diminuição do estresse, são muito notáveis. No plano psíquico, com a prática regular de Yoga, a redução dos quadros de ansiedade e depressão possuem comprovação científica.
Podem praticar aqueles que possuem desejo sincero e profundo de melhorar suas vidas. Yoga, assim como toda e qualquer atividade física, exige uma avaliação médica prévia. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a prática de Yoga é mais voltada para a mente do que para o corpo. “Felizmente, hoje em dia muitos alunos procuram o Yoga por recomendação médica, em especial de psiquiatras e traumatologistas. É importante procurar uma boa professora, capaz de guiar com segurança a prática, caso a professora não tenha formação na área da saúde, certifique-se que ela conta com a assessoria de um profissional capaz de analisar problemas corriqueiros, como lesões articulares degenerativas, inflamatórias e traumáticas. Hoje contamos com meios de adaptação, é comum, por exemplo, a prática de Yoga na cadeira, para aqueles que não se sentem bem sentados no chão. A aula personalizada é um meio eficaz nessas situações”, frisa Clarisse.