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Oscilações climáticas bruscas podem desencadear reações alérgicas

Oscilações climáticas bruscas podem desencadear reações alérgicas

Ao longo dos anos, cada vez mais, o aquecimento global tem provocado mudanças climáticas acentuadas no âmbito mundial. No Rio Grande do Sul não é diferente e, constantemente, os gaúchos acabam enfrentando grandes oscilações de temperatura, como o já tradicional veranico de maio, ao longo de todo o ano. Mudanças essas que, muitas vezes, acabam ocasionando processos alérgicos recorrentes e até graves. O médico alergista e imunologista do Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento, Renan Augusto Pereira, esclarece se a instabilidade meteorológica pode contribuir para reações alérgicas.

Quais as alergias podem surgir nesta época do ano?

Dr. Renan Augusto Pereira: Nestas mudanças de temperatura, as alergias respiratórias e cutâneas são as que mais acometem as pessoas. Das alergias respiratórias, principalmente aqui no Sul, temos que lembrar da rinite e da asma alérgica, que atacam as vias aéreas superiores e inferiores, respectivamente. Na primavera, também percebemos a rinite sazonal, em função do pólen.

Já as alergias cutâneas aparecem o ano todo, mas, com a mudança de temperatura, alguns pacientes podem perceber uma piora da dermatite atópica. Nos períodos de frio, ela pode piorar por causa dos tecidos sintéticos que usamos. E, no calor, pode piorar com o suor, que é potencialmente irritativo para a pele atópica.

Quais as dicas para quem tem problemas de alergia?

Dr. Renan Augusto Pereira: A principal dica para se prevenir é consultar um alergista e fazer um acompanhamento dessas doenças. Muitas pessoas usam remédios antialérgicos, corticoides ou só para o alívio dos sintomas e não fazem o tratamento correto, profilático (ou preventivo) dessas enfermidades, com o qual os sintomas melhoram muito, assim como a qualidade de vida do paciente.

Outra dica importante é se hidratar bem, tomando bastante água. E, para quem tem alergia cutânea, é imprescindível utilizar o hidratante de forma correta, com sabonetes específicos recomendados para peles atópicas (secas e sensíveis) e também usar medicações, conforme a orientação do médico. Para as alergias respiratórias, é sempre bom fazer a lavagem nasal, que ajuda a evitar uma piora dos sintomas, além de fazer uso das medicações recomendadas pelo médico.

E quais são os principais mitos relacionados às alergias?

Dr. Renan Augusto Pereira: Acho que o principal mito está, justamente, na hora de definir o que é alergia e infecção. Isso porque estamos tendo uma grande frequência e incidência de infecções das vias aéreas superiores, seja de Covid-19 ou não, especialmente causadas por vírus. Então, as pessoas confundem muito esses sintomas de alergia. Às vezes, acham que estão com rinite, mas, na verdade, estão com uma infecção por vírus.

Como é possível diferenciar as alergias dos processos virais?

Dr. Renan Augusto Pereira: Pessoas que estão com processos virais têm a presença de sintomas, como febre, dor no corpo e dor de cabeça. Se o paciente estiver com obstrução nasal (nariz trancado), coriza (nariz escorrendo) ou com coceira nos olhos ou no nariz, é mais provável que esteja com rinite alérgica. Mas, de qualquer forma, é necessário consultar um médico porque essas duas condições podem estar juntas.

A vacina protege contra as alergias?

A imunização contra a Covid ou gripe (influenza) protege contra a evolução para formas graves destas doenças. Infelizmente, não protege contra alergias, mas contribui para que a pessoa não desenvolva um quadro mais agressivo de doenças mais graves.

 

 

 

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