Na 2ª-feira, 28, fui ao Centro Cívico Antônio Carlos Borges para apreciar um dos mais sublimes sentimentos humanos: a arte. Assisti ao show da Orquestra Jovem de Santa Rosa. Em verdade, o que assisti foi um espetáculo digno dos melhores momentos da OSPA: um concerto de música clássica que deixou em silêncio o público que lotava o outrora “elefante branco”, como a oposição ao prefeito da época chamava o teatro que leva o nome de quem o construiu.
Embora nada entenda de música, gosto de canções de todos os gêneros, inclusive caipira (composições de raiz), desde que afinem com meus já avariados ouvidos. Tenho restrição à música ruim, sim. Por exemplo, a música sertanejo que se debruça sobre letras que reiteradamente retratam “dor de cotovelo”, com letras e melodias assemelhadas entre si para composições diferentes, ainda que interpretadas – lado positivo – por vozes afinadas.
A Orquestra Jovem já atingiu a maioridade. Nascida em 2005 com Vilson Kunzler e Alessandro Munawek, dois mestres da arte, é mantida pela Associação Mantenedora do Coral e Orquestra Jovem. Presidida por Afonso Knorst, tem convênio com a Prefeitura Municipal, recebendo apoios, ainda, da Unijuí, da Câmara de Vereadores e da Escola de Música Recital. Alessandro Munawek, o maestro, é contratado da Prefeitura Municipal desde o ex-prefeito Alcides Vicini.
Graças à qualificação do seu corpo docente, os sons emitidos pela Orquestra Jovem ecoam em outras paragens, algumas distantes. Em 2015, a Orquestra recebeu o diploma “Menção Honrosa”, da Câmara de Vereadores. Em 2017, pelas Federasul e Assembleia Legislativa do Estado, foi agraciada com o prêmio Líderes & Vencedores na categoria expressão cultural do Rio Grande do Sul.
A excelência do concerto que assisti contagiou a todos que assistiram sua exibição. Outrossim, não bastasse a qualidade do trabalho, como foi o concerto no Centro Cívico, destaco a inclusão social que a Orquestra realiza. Em seu Estatuto, que é cumprido à risca, consta objeto social e cultura louvável, traduzido em inclusão que promove a descoberta de talentos adormecidos.
A propósito, a Orquestra atende cerca de 200 alunos, a partir de 8 anos de idade. Da escola já saíram profissionais para mundo. Por exemplo: Renan Reckziegel, Orquestra Filarmônica do Paraguai; Christian Munawek, Orquestra Sinfônica do ES; Bruno Speron, OSPA, Porto Alegre; Leonardo Menin e Guilherme Glienke, Orquestra Sinfônica de Santa Maria; Aline Hartwig, Orquestra de Cordas da UF de Pelotas, RS; Vinicius Kunzler, professor da Escola Recital; Valesca da Rosa, professora de música; Vagner Adam, Academia Royal College of Musica, de Londres.
Por outro lado, o concerto que assisti contou, em algum momento, com mais ou menos 100 intérpretes no palco com seus instrumentos musicais, alguns de tamanho considerável, limitando, assim, os movimentos dos musicistas.
Vendo os músicos se acotovelarem no palco, lembrei-me de sugestão que já fiz no passado: aproveitar o espaço “morto” de terreno, de mais ou menos 2,5 metros de fundo, entre o Centro Cívico e a Rua Santos Dumont. Ampliando a construção, o palco do teatro teria um ganho em torno de 25 m2.