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Pobre tropeiro! O revólver que portas na cinta, “que muito respeito já botou sem precisar falar grosso”, está com os dias contados. Bastou Flávio Dino assumir o Ministério da Justiça para o teu atávico direito de gaúcho ser demonizado. É verdade que o ministro, uma fez empossado, em seus atos oficiais a respeito, ficou aquém do prometido antes, que era revogar todas as liberações para porte de armas emitidas pelo governo Bolsonaro e recolher todas as armas comercializadas no período. Para Dino, o aumento – no governo anterior – de 400% no número de pessoas com registro de arma, é muito perigoso. Também é atentatório à segurança, nos assaltos do chamado novo cangaço, “o poder do crime organizado superior ao das forças de segurança”. Ora, ministro, isso não guarda correlação com o crime.

Chama atenção, ademais, que o ministro, até aqui, sequer falou que em 2005, em Referendo, os brasileiros decidiram por 64% contra 36% que é direito do indivíduo de bem ter arma. Agora, pelo contrário, a pretexto de “fortalecer as forças de segurança e controlar a entrada de armas do exterior”, o governo quer desarmar as pessoas que têm armas para defesa pessoal. Quer dizer, está na contramão dos fatos. A respeito, para o crime organizado, é indiferente ter lei proibitiva à comercialização de armas porque suas armas, inclusive as de uso restrito, eles “importam” você sabe como.

Sei que o tema é polêmico, muito pelo seu viés ideológico. No entanto, a Universidade de Harvard (Harvard Journal of Law & Public Policy) apurou que, quanto mais armas os indivíduos têm, menor é a criminalidade. Na mesma linha, Ottawa/Canadá constatou que o controle de armas apenas deixa a população ordeira mais vulnerável. Aliás, essa correlação faz sentido, haja vista que é um estímulo para o criminoso saber que suas vítimas estão desarmadas. Resumindo: não é a lei que inibe o infrator; é o chumbo.

No prometido “revogaço” do governo, que ZH chamou de “restauração da confiança nas polícias”, Dino reprimiu, ainda, clubes de tiro e proprietários de armas de caça, que seriam ameaças. Já bandido armado, não. Para ele, o tiro ao alvo também é problema. Já criminoso armado, não. Aliás, há quem sustenta que criminoso é vítima da sociedade, sendo malfeitor o cidadão de bem, armado.

A defesa é dever do Estado, mas é impensável um policial em cada casa. A canção o “Revorve do Tropero”, de Luiz Carlos Borges/M. Ferreira, volta à baila (3º e 4º versos): (3º) “Seu delegado, se um ladrão bater na porta, devo fugir pela outra, me responde, sim senhor! E se um safado me desrespeitar uma filha, quem vai defender a família de um homem trabalhador? É muito fácil desarmar quem é direito, quem tem nome, tem respeito, documento e profissão. Muito mais fácil que desarmar vagabundo, desses que andam pelo mundo fazendo malcriação.” (4º) “Pra bagunceiro, o país tá encomendado, o povo tá desdomado e quem manda faz que não vê. Nosso governo, quem tem que prender não prende; não vigia, não defende, nem deixa se defender”.

No país, o desarmamento total será o próximo passo. Por ora, segundo o ministro, “o governo deve apresentar medidas para estimular a entrega voluntária das armas”. É o que fez a Venezuela. Estimulou a entrega de armas; sem êxito, confiscou todas.

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