O presente que ganhei de 2021

O presente que ganhei de 2021

Pedi às autoridades celestiais que no ano novo decretassem, numa Carta de Intenções dos Deveres Humanos, que houvesse menos mentira, falsidade, amoralidade, falta de ética, roubalheira, abuso de poder, fofoca. Pedi que parassem de falar mal do meu país, que o jornalismo psicopata voltasse a fazer jornalismo informativo e não meramente política, catastrofismo, alarmismo com objetivo pré definidos. Pedi um Brasil sem fome, com oportunidade de trabalho e não de políticas paliativas de simples distribuição dos nossos impostos sem nada cobrar dos beneficiados. Isso é parasitismo, é caminho sem volta. Pedi que reduzisse as desigualdades através do trabalho e não do paternalismo que humilha e não promove, pedi que o nome “fome” fosse excluído do dicionário, pedi menos ódio e mais afeto entre os seres humanos.

Imaginei a carga negativa, as coisas ruins, ficando prá trás, enquanto os beijos e os abraços, se tornassem lugar comum. Pois tinha acabado de fazer minha solicitação aos céus quando as circunstâncias me trazem de presente a Naiara e a Júlia, sua filhinha. Pessoas como essas não se encontram em cada esquina. Surgiram, do nada, como surgem todas as coisas boas da vida. Isso que ainda vou conheceer o Robson, chefe dessa família exemplar. Nunca mais quero perder esses amigos. Amizade é algo profundo. Indivíduos socialmente integrados vivem mais e melhor. Relacionamentos sociais proporcionam bem estar pessoal, trazem felicidade. Amizade não tem data de validade, basta ser leal para que não haja o declínio da relação.

Não sei fazer uma definição rígida de amizade. Sei que as duas partes gostam uma da outra, se respeitam, se ajudam, se preocupam, se querem bem, defendem o amigo na ausência deste, gostam de conversar, se concedem apoio emocional, existe identificação de muitos sentimentos. Á medida que o tempo passa, mais amigos ficam. Não existe idade ideal para se ficar amigo. Crianças costumam fazer amizades na creche mas o ambiente muda com a escola e os amiguinhos de então são esquecidos e substituídos por outros. É temporal. Com os adultos as amizades são mais seletivas. Eu não quero ter um milhão de amigos; quero ter poucos mas qualificados, leais, sinceros. Dentre os grupos sociais, o dos amigos é um dos mais importantes. Invista nele. Amigo nada pede em troca. Ser amigo é partilhar sentimentos, afetos. Amizade é empatia, compartilhamento de sentimentos, de segredos, é cumplicidade, é entender o outro.

Como 2021 me apresentou a Naiara? Ela é funcionária da àrea da saúde, no município onde tenho uma pequena propriedade rural. Na sede mora um irmão meu, deficiente mental. O carinho, a atenção, o profissionalismo com que essa amiga atende meu irmão me comovem até hoje. Ela é plena, terna, envolvente, meiga, atenciosa, competente, humana, culta. Nos tornamos amigos, ao natural. Obrigado 2021!

No livro O Gênio Idiiota, o escritor e colunista do Jornal Zero Hora, Paulo Santana, falecido há pouco tempo, escreve a crônica: Meus Secretos Amigos, numa apologia à amizade: Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. Essa mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

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