Claro que neste mundo globalizado, esse setor não poderia ficar de fora. São crises econômicas, sociais, ideológicas, políticas. A enorme crise do jornalismo profissional de hoje mostra como o jornalismo influencia a sociedade e vice versa. Mas isso não muda a verdade absoluta de que necessitamos de uma imprensa livre, não comprometida, além de que seja consistente, independente. Assistimos ataques de histerismos de determinados veículos de comunicação pela perda de publicidade estatal, pela invasão das plataformas digitais, o que resulta numa crise histórica de eficácia na qualidade profissional. Atentem para a pauta de qualquer edição do popular Jornal Nacional, por exemplo. Ausência total de diversidade no conteúdo da pauta. Insuportavelmente repetitivo, insosso, edição após edição. Pandemia, críticas ao governo federal, factóides, manipulação de dados, apoio ao pensamento esquerdista….Onde está o conceito de neutralidade jornalística, tão enfatizado nas Faculdades de jornalismo? Falta clareza moral para se divulgar de forma simples os fatos, os eventos são divulgados sem averiguação do fato, sempre que interessa ao grupo midiático de plantão. Por vezes penso que estamos com cem anos de atraso. O que fazemos muito bem é novela. A imprensa deve ter total liberdade de expressão, desde que essa liberdade não fosse confundida com libertinagem jornalística, aliás, deveria defender as instituições combatendo a desinformação.
O fato é que jornalismo sério, isento, está ausente há muitos anos no Brasil. Jornalismo e política sempre se confundiram. Hoje temos senadores e deputados donos de grupos de comunicação. A imprensa se comporta como partido político. Desempenha um trabalho de corrosão para com o adversário. Foi assim no tempo em que Getúlio Vargas governou o país. A campanha desempenhada pelos Diários e Emissoras Associadas, de propriedade de Assis Chateaubriand, foi tão intensa que o presidente sucumbiu aos ataques e se suicidou. A reação dos apoiadores do Presidente morto foi a depredação do prédio dos Diários. Naquela época havia apenas a TV Tupi, pertencente ao mesmo grupo de imprensa. Outro exemplo da influência da mídia foi a eleição de Fernando Collor de Mello, notório corrupto das Alagoas, cassado por praticar falcatruas, hoje Senador da República, eleito pelo povo. Este senhor, é proprietário da TV Gazeta de Alagoas, afilhada da Rede Globo. Quando se candidatou ao cargo de Presidente da República, em 1989, teve o apoio integral da Rede Globe de televisão, que o elegeu.
Então, as empresas jornalísticas ultrapassam seu papel de comunicadores de fatos, querem influenciar no resultado das eleições do país, em troca de verbas de patrocínio, de influência no Poder. Repetem fatos negativos influenciando nas pesquisas e no resultado do pleito. Hoje as TV`s, os Jornais e revistas de grande circulação estão nas mãos de três ou quatro famílias. Deveríamos combater os cartéis de concessão para empresas jornalísticas. Já cancelei algumas assinaturas de jornais e revistas e não assisto mais alguns canais de televisão. Sigo a teoria do meu tio: os incomodados que se retirem. Mas não abro mão dos meus direitos, o direito de ser informado, de ter acesso a um bom jornalismo, de qualidade, de fontes confiáveis, sem manipulação dos fatos, sem inverdades nas suas linhas editoriais, sem viés político. É preciso uma reestruturação programática, os jornalistas têm que ouvir os dois lados, ficar à distância das ideologias, ser imparcial.
Certo profissional me falou que quando tentou construir uma pauta imparcial, como desejava, com liberdade, foi demitido. Espero que a tempestade fraudulenta seja superada. Merecemos coisa melhor do que está aí!