O desenfreado uso de celulares

O desenfreado uso de celulares

É essencial em nossas vidas, uma ferramenta moderna que revolucionou a área das comunicações. Algum leitor mais idoso lembra das cartas, dos telegramas que eram as formas de nos comunicar com parentes ou amigos mais distantes. Então o celular, por exemplo, encurtou distâncias físicas, trocamos mais informações em menos tempo, temos acesso a notícias, as comunicações evoluíram. Os meios modernos conectam pessoas, produzem interação.

Então, essa ferramenta inovadora de comunicação veio para facilitar nossa vida. Porém devemos utilizar com cautela, moderação. Aqui está o divisor de águas. Não quero parecer o Marcola dando conselhos para algum menino não usar drogas mas andei analisando quanto as conseqüências do uso excessivo da tecnologia da informação. Hoje, dia em que escrevo este texto, notícia da TV, informava que Tom Holland, intérprete do Homem Aranha, se internou com fadiga neural, causada por trabalho cognitivo intenso. Ele estava viciado em eletrônicos. Ainda bem que ele, refletindo,reconheceu os riscos iminentes. Ele confessou que utilizava compulsivamente o wattsapp, não ficando mais que dois minutos sem consultar o que haviam enviado para ele.

O ator, como nossas crianças e adolescentes, passava por um excesso de exposição às telas, tablets, smartphones, computadores, TV. Os alunos estão tendo sérios problemas na escola devido ao uso do celular de forma irregular. Deficit de atenção entre outros problemas. Nos tornamos escravos das redes sociais. Estamos usando ou sendo usados. Se não usarmos de forma consciente estaremos sendo usados. Com a pandemia ficou pior. Tive acesso a um estudo que concluiu que o brasileiro ficou em média 9 horas e dezessete minutos por dia dedicado aos equipamentos dos quais falamos.

O tempo máximo que uma criança de até dez anos deveria permanecer no computador ou no celular seria duas horas. Este excesso nos causa problemas visuais, déficit de atenção, sedentarismo. Em 2016 criou-se nos Estados Unidos um termo chamado Síndrome de Whatsappinite, referência a tendinite. Navegar, digitar mensagens de forma excessiva, comandar o aparelho, causa lesões nos pulsos e nas mãos, inflamação. Recomenda-se antibióticos e abstinência. Ficar com o pescoço inclinado para a frente e a cabeça inclinada para baixo causa dores no pescoço.

Fique claro que me refiro ao uso desenfreado do celular. Equilibrar esse convívio é salutar. Transferências bancárias, ver as horas, a previsão do tempo. O que não se deve é ficar dependente dos comentários, muitas vezes, sem o mínimo conteúdo, fotos de pratos de comidas, das férias. Não se trata de se desconectar mas navegar com racionalidade. Às vezes não preservamos nossa própria intimidade. Ora, se não preservamos a nossa, imaginem a dos outros. Somos carentes? Sim porque essa ânsia de fazer alarde da própria intimidade nos leva a pensar dessa forma.

Uma prima, de outro município, me contou que, invariavelmente, todos os dias uma funcionária de uma loja vizinha a casa dela, chega mais cedo ao local de trabalho e permanece em frente ao local de trabalho falando ao celular, muito alto. Todos os dias, durante uma hora. Com quem fala? Alguém teve a coragem de perguntar e ela disse que era com a mãe que já estava meio senil e ela dava as ordens do que a mãe teria que fazer no dia. Pobre velhinha!

Sugestão. Reduza o tempo de uso do celular. Ao deitar desligue. Não leve para a mesa de jantar. Estava jantando com um casal de amigos no Restaurante do Mugnaguinha. A conversa fluía fácil. O amigo havia pedido que eu contasse a história da mordida da cobra. De repente vi que o boçal estava obcecado no seu telefone. Levantei e fui embora. Dane-se. Mal educado, insolente. Ex amigo. Fica amando teu celular enquanto eu fico falando com os passarinhos.

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