Nem sempre investimento público significa o fim dos problemas

Nem sempre investimento público significa o fim dos problemas

Muitas histórias ouvi de ex prefeitos, sobre o legado deixado por obras realizadas em seus governos. No entanto, muitas das obras referidas custaram tanto quanto foram inúteis. Deixaram um “legado”, sim. Tristemente negativo. Décadas de ônus à sociedade. Dezenas, quando não, centenas de funcionários, equipamentos, prédios, veículos, gastos fixos com manutenção, energia, comunicação, limpeza, segurança, desperdícios. Impacto previdenciário que os novos funcionários vão gerar para a sociedade. Gasto público nem sempre significa saneamento de problemas, prosperidade. O Estado brasileiro gasta muito e gasta mal. Nossos dirigentes custam muito caro. No mínimo, precisamos que demonstrem eficiência.

Começamos pelo município. Poucos gestores analisam o custo benefício para a comunidade quando se dispõe a comprometer a verba arrecadada via tributos dos cidadãos. Haverá eficiência? Muitos gestores são levados ao convencimento pelo círculo onipresente de bajuladores, grupos de interesse, influenciadores que colocam seus interesses sob o foco do governante de plantão. Nem sempre com argumentação sólida. Já ouvi e li numa matéria paga de uma determinada Prefeitura que informava: O Prefeito realizará o “sonho antigo da comunidade”, referindo-se a determinada obra que custará milhões de reais, dinheiro do contribuinte, claro. Só que a afirmativa, o refrão, do “sonho da comunidade” nunca foi ouvido nas ruas. Nem em qualquer conversinha de buteco. É falácia, é utopia. É a opinião de alguns. Além disso, o custo benefício da referida obra, o retorno à sociedade é relativo. Lembro da frase do Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda nazista que disse a célebre frase: Uma mentira repetida mil vezes, torna-se uma verdade!

Num município vizinho de onde tenho minha pequena propriedade, o Prefeito, está há mais de dois anos, construindo um pórtico na entrada cidade. Segundo informações extra oficiais já teria consumido aproximadamente um milhão de reais na obra que está semi acabada. Aliás, de péssimo gosto arquitetônico. Qual o benefício para a sociedade que paga a conta?

Os políticos adoram ver seus nomes estampados em placas nos prédios que inauguram. Vaidade não é mito; vaidade é um pecado venial. Muitos gestores comparam sua competência gerencial quanto mais concursos públicos fizerem, mais licitações, mais estruturas, mais orçamentos. Há que movimentar a “máquina”! E não se trata somente de obras físicas. Muitos Programas são criados que não se justificam. Mas vieram para ficar, Centenas, milhares de funcionários públicos em atividades altamente discutíveis. A qualidade da prestação de serviços de alguns programas é pouco perceptível. Ou seja, não se nota diferença entre o antes e o depois desses programas existirem. Nesses casos, investimento públicos são mitos. Não são positivos para a sociedade. No máximo geram palanque político, emprego para muitos e enorme custo para a sociedade que paga a conta.

Gestores modernos estão fazendo contratação de serviços terceirizados, pagando por demanda. O governo paga por serviços efetivamente prestados. Existem muitas empresas competentes com tempo e equipamentos ociosos. Isto é Parcerias Público Privadas, onde governos concedem isenções de impostos, em troca de prestação de serviços. Sem a contratação de funcionários públicos. Desses já temos demais. Treze milhões de funcionários públicos sendo que 57% destes são em nível municipal e 32% estaduais. Quinze por cento do PIB é gasto para pagar funcionalismo.

É urgente repensar a gestão pública.

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