Inversão de valores (UM)

Inversão de valores (UM)

Vivenciamos tempos estranhos. Tempos nunca antes vivenciados. Acompanhando as notícias no nosso país, fico desanimado, desencantado, para não ser mais radical e dizer que sinto engodo no estômago, cada vez que cruzo pelos informativos dessa mídia criminosa, parcial, casuística, tendenciosa. As notícias não trazem mais temas que despertem o mínimo de interesse das pessoas. São unilaterais, explorando exclusivamente temas políticos, ideológicos. Se falam sobre a evolução da Covid-19, direcionam o fato para buscar culpados, invariavelmente o governo federal. Me conformo porque não sou o único a sentir asco. Onde anda o verdadeiro jornalismo informativo, sério, inteligente? A ação do vírus é grave, mas a acão de certas instituições neste país é pior. Estão prestando um grande desserviço à pátria.

Ontem fiz um esforço e fiquei frente a TV, assistindo a uma sessão da CPI da Covid-19. É surreal. Uma farsa. É uma insensatez, um escárnio, um deboche àqueles que dispõe de um mínimo de informação a respeito dos membros daquele tribunal de inquisição. São mal educados, não deixam a testemunha falar, interrompem, quando não ouvem o que lhes interessa. São boçais, sem respeito. Fazem a pergunta mas não deixam o inquirido responder. A impressão que tive foi a de que estavam tratando com alguém que havia roubado da Petrobrás, do Postalis.

Senhores. Quem são os membros dessa CPI tomada por radicalizações ideológicas? Já ouvi um sábio falar que um país chegou no fundo do poço, em termos de moral, quando um Renan Calheiros assume a relatoria de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Um mau caráter notório. Lembro dele. O leitor lembra? Vou ajudar. O nobre senador da República, é o mesmo que tem 10 inquéritos no STF. Já teve desessete. Nenhum deu em nada. Um deles, o roubo de valores do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, outros referem-se a desvio de verbas públicas. Recebimento de propina da Oldebrecht, Braskem, má versação de recursos públicos, etc. Renan é pai do governador de Alagoas, também envolvido em desvio de verbas e já condenado em primeira instância. Como o pai poderia investigar o próprio filho? Pois resolveram o problema. A CPI não vai investigar Estados e Municípios. Resolvido. Renan Calheiros é o senador com maior número de inquéritos e processos na história do Senado Federal brasileiro. Quanta honra. Ricardo Lewandowski, Ministro do STF, instado a se manifestar a cerca da possibilidade do senador réu, ser o relator da comissão, disse que não via qualquer impedimento jurídico. Se isso não é antiético, imoral, lamentável, não sei mais nada do dicionário brasileiro. Ainda refrescando vossa memória, Renan é aquele que fretou um jatinho da Força Aérea Brasileira para um vôo de Brasília até Maceió para realizar um, pasmem, implante de cabelo. Tudo às custas do erário da viúva. É o mesmo que pagava a pensão de uma amante com o dinheiro do Congresso Nacional.

E Omar Azis, o presidente. Quem é? Conhecido no Amazonas, seu Estado, por ações suspeitas de corrupção, desvio de verbas e até de pedofilia. Esse é o homem escolhido por seus colegas para nos representar numa CPI. É o lixo falando da sujeira. Em sua gestão como governador do Amazonas foi alvo de investigação por desvio de verbas da saúde, R$ 260.000.000,00. Todos os autos desses processos encaminhados ao STF terminaram em pizza. Sua esposa recentemente foi presa numa operação da Polícia Federal por desvio de verbas públicas da saúde, bem como três irmão do senador presidente foram presos. É tragicômico.

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