A inclusão de pessoas especiais ou portadoras de alguma incapacidade é algo muito gratificante e, sem dúvidas, propicia esperanças na sociedade. Em Santa Rosa, o grupo de patinação Jo Sintonia Patinação Artística e Expressão, é um modelo de solidariedade e de inspiração para integração de todos.
A filha de Milene Tibulo, Amanda, nasceu prematura e sofreu várias convulsões enquanto recém-nascida, o que acabou ocasionando uma lesão no cérebro que compromete a fala, toda coordenação motora e um pouco de sua visão. Sua alimentação é toda em base pastosa e usa fralda. Porém, isso não a impede de se divertir e patinar! Desde agosto de 2017 começou a frequentar aulas de patinação, que de fundamental importância para melhorar seu desenvolvimento em todos os âmbitos. “Amanda consulta no hospital Sarah Kubichek de Brasília, referência no país, e lá tem vários atendimentos, todos que precisa. Tem uma equipe de doutores maravilhosa e uma delas é professora de dança e pediu para eu colocar ela no balé, coloquei e foi bom! Então fiquei sabendo que tinha aulas de patinação. Eu achei que na primeira aula a Amanda ia ficar só olhando e iria estranhar, porém foi fantástico! Seu olhar e seu sorriso foi de encher os olhos de lágrimas, parecia uma borboleta saindo do casulo, só faltava voar e eu acho que ela voou”, disse a Mãe, emocionada.
Nos dias em que Amanda vai para as aulas são feitas adaptações nos exercícios para conseguir inclui-la, principalmente nas práticas de aquecimento e de alongamento. Também tem a participação de uma monitora específica para acompanhar e proporcionar os movimentos de acordo com suas limitações, e ao mesmo tempo, estimulando-a cada vez mais. “A Amanda é muito empolgada, atenta e presta muita atenção. Os movimentos dela são limitados, mas ao entrar na escola de patinação vibra! Fica toda elétrica na cadeira! É muito gostoso! Não tem explicação a empolgação e a felicidade quando ela está lá dentro! Ela interage de uma forma muito positiva, especialmente quando é colocado exercícios com música e dispostas outras crianças para interagir com ela na cadeira de rodas”, comenta a professora da escola de patinação, Josiane Welke.
“Os colegas são muito empáticos! Nós trabalhamos muito com eles nessa questão de olhar e ajudar o outro. A patinação já é um esporte que por si só proporciona essa empatia, e a maioria dos exercícios são cooperativos, então a presença da Amanda faz com que isso reforce ainda mais o cooperativismo dentro da patinação. A ajuda mútua e a empatia são as palavras chaves dentro da Jo Sintonia”, elucida a professora. Os resultados dessa inclusão e interação são bem explícitos, a Amanda depois que começou a patinar tornou-se muito mais sociável, consegue lidar de forma mais tranquila com os colegas na escola regular, dorme melhor e está mais feliz. “Ela ama ir nas aulas, quando paro o carro na frente da patinação já grita de felicidade e quando vê as colegas abre o bocão. É maravilhoso ver ela participar com as meninas, as crianças interagem com ela como se não existisse uma limitação, a gente vê no olhar dela que está feliz, a sua cadeira são seus pés, ela corre”, evidencia a mãe.
Além da patinação, a Amanda frequenta escola regular onde tem várias atividades, faz fisioterapia e estão na espera de uma fonoaudióloga e uma terapeuta ocupacional. E todas essas atividades só ajudam a Amanda a conseguir se comunicar melhor, pois a inclusão de pessoas que merecem um pouquinho de atenção especial já está se naturalizando, e com exemplos como esse, pode-se afirmar que a integração de indivíduos com necessidades diferentes com os denominados normais é a melhor forma para a aceitação e equipolência. “No caso da Patinação Artística e da experiência com a Amanda, com certeza, incluir pessoas com necessidades diferentes é maravilhoso para os ambos os lados, é a forma de ver que ser diferente é normal”, conclui Josiane.