Incêndio em Cinema de Agostinho Frainer

Incêndio em Cinema de Agostinho Frainer

Notícia publicada na edição impressa em 2018

A reportagem do JGR foi em busca de uma história que possivelmente, quem tem menos de 40 anos de idade não conhece. Você sabia que Santa Rosa tinha um cinema que pegou fogo duas vezes em locais diferentes?

Os dois cinemas eram de Agostinho Frainer, que foi quem trouxe a novidade para cá. Ele nasceu no dia 12 de maio de 1808 e veio de Alfredo Chaves para Santa Rosa quando a cidade ainda era Colônia. Dedicou-se ao ramo de espetáculos. No começo ele montou um cinema ambulante. Em 1928 apresentava os filmes na antiga sede da Sociedade Lírica Concórdia. Mas para conseguir atingir o público do interior da colônia, possuía um pequeno caminhão onde transportava o material de transmissão de filmes.nval Saldanha (onde hoje é o salão Paroquial da Igreja Católica Matriz) e lá teve perda total no ano de 1946. O dia, ninguém lembra ao certo. Depois disso, passou a ser o Cine Odeon, onde atualmente é a loja Colombo e veio a pegar fogo durante a transmissão de um filme, cerca de 2 anos depois. Há quem lembre que as pessoas começaram a sair correndo, sem saber o que estava acontecendo direito.

De acordo com Teresa Christensen, em meados de 1930, o cinema passou por uma modificação radical, passando para o cinema falado. Na cabine de projeção os equipamentos tiveram que ser substituídos ou modificados, com essa atualização os filmes ganharam mais vida, pois as pessoas poderiam ouvir as falas, as trilhas e os efeitos sonoros.

Agostinho percebeu na época, que deveria renovar também o local. Com isso ele construiu um prédio de madeira (foto), localizado na rua Sinval Saldanha. “O cinema estava sempre lotado, as pessoas vinham para assistir um belo espetáculo, meu pai possuía um cinema na cidade de Três de Maio, ele e o Agostinho eram amigos e ficavam se emprestando filmes”, relembra Silly Corrêa Haag, de 89 anos e antiga vizinha do cinema.

Mas infelizmente em dezembro de 1946, o cinema pegou fogo e teve perda total. “Minha casa era bem em frente ao cinema, eu tinha ido passear pra Cruzeiro naquele dia com minha irmã e vinha voltando quando me disseram que queimou o cinema. O meu irmão Nilo, que na época tinha 12 anos estava assistindo aquele filme. As pessoas arrombaram a minha casa para subir para o sótão, para atirar água nas paredes, porque antigamente as casas eram tudo de madeira e o risco de pegar fogo era grande. Pessoas que moravam ao lado do cinema foram retiradas de suas casas, para previnir que se ferissem. Ninguém morreu naquele incêndio. Agostinho não queria sair do cinema enquanto os equipamentos estavam lá dentro, então o médico conhecido como Dr. Russo, foi lá e o retirou a força, antes que o fogo queimasse eles”, relata Silly.

Depois disso, Santa Rosa passou um ano sem cinema. No dia 6 de janeiro de 1948, foi inaugurado um novo, chamado Cine Odeon, construído em alvenaria, mais moderno e melhor situado para atender os clientes. Neste local hoje é a Loja Colombo. Este, também curiosamente pegou fogo, porém com pequenos danos registrados. Agostinho tinha por perto os extintores e conseguiu controlar as chamas logo que o fogo começou.

Porque esses cinemas costumavam pegar fogo? Segundo Amilcar Luconi, os materiais (negativos) eram altamente inflamáveis e conforme esquentava, o risco de acontecer um acidente era maior.

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