É quase inacreditável, mas aconteceu: um italiano de 101 anos sobreviveu a não uma, mas duas pandemias globais: a gripe espanhola de 1918 e o surto de COVID-19.
Conhecido apenas como “Senhor P”, o homem foi internado com coronavírus na semana passada no Hospital Infirmi de Rimini, uma cidade da região Emilia-Romagna da Itália.
Por sua idade avançada, os médicos temiam que o Senhor P fosse se tornar mais uma vítima dessa infecção respiratória perigosa. Felizmente, na última quarta-feira (25), ele foi dispensado do hospital e voltou para a casa com sua família.
O curioso é que o Senhor P nasceu em 1919, bem no meio da epidemia de gripe espanhola que chegou a matar cerca de 600.000 italianos. Ou seja, ele sobreviveu a não apenas uma, mas sim duas epidemias globais de doenças contagiosas, além de uma guerra mundial.
Final feliz
A vice-prefeita de Rimini, Gloria Lisi, deu uma declaração tocante ao jornal local ReminiToday sobre o caso bizarro.
“P., de Rimini, nasceu em 1919, em meio a outra pandemia mundial trágica. Ele viu tudo, fome, dor, progresso, crise e ressurreições. Uma vez ultrapassada a barreira dos 100 anos, o destino colocou esse novo desafio diante dele, invisível e terrível ao mesmo tempo. Uma esperança para o futuro se encontra no corpo de uma pessoa com mais de um século de idade, conforme as tristes crônicas dessas semanas relatam mecanicamente todos os dias um vírus que assola especialmente os idosos. O Senhor P. conseguiu sobreviver. A família o levou para casa ontem à noite, para nos ensinar que mesmo aos 101 anos de idade, o futuro ainda está por ser escrito”, declarou Lisi.
Itália lidera mortes por COVID-19
A Itália e a Espanha são casos tristes de países assolados pela recente pandemia de coronavírus.
As mortes nestes locais já ultrapassam os números chineses – de acordo com os últimos dados (até a publicação deste artigo) do mapa global desenvolvido pela Universidade de Hopkins (EUA), são 8.215 falecimentos na Itália, 4.365 na Espanha e cerca de 3.263 na China.
Infelizmente, o resto do mundo deve observar agora o que a Europa fez de “errado” para chegar a esse ponto a fim de evitar um cenário parecido, bem como aprender as melhores lições com China e Coreia do Sul que já conseguiram controlar o aparecimento de novas infecções.
Dito isto, o número de pacientes tem diminuído na Itália e a quarentena imposta ao país parece estar funcionando. Logo, a vice-prefeita Lisi pode ter razão: o futuro ainda tem uma chance de ser (re)escrito.
Fonte: Hypescience