A falta de leitura é um dos principais motivos de disseminação de noticías falsas, e não é algo que deve ser levado como brincadeira. É uma problemática muito séria. “A fake news é um problema muito grave, não são simples ‘brincadeiras’ ou meras ‘inverdades’, ao contrário, elas disseminam a mentira e provocam o caos entre a população que fica confusa e faz pré-julgamentos em relação aos acontecimentos políticos, econômicos e sociais. Essa prática que pode ser considerada crime, gera conflitos e muitas vezes tem o poder de denigrir a imagem do outro. A divulgação de notícias e informações falsas compromete em alguns casos a credibilidade dos meios de comunicação, visto que a tarefa de esclarecer inverdades demanda de tempo. Isso é extremamente ruim, pois compromete a liberdade de expressão”, fala Patrícia Keppel, Professora de Sociologia e Filosofia.
A prática diária da leitura é essencial para a formação intelectual do sujeito, desde a mais tenra idade. Através da leitura de diferentes gêneros e assuntos, o leitor/estudante amplia seu senso crítico, amplia sua capacidade de questionar o mundo, torna-se o protagonista da própria existência, consciente do seu valor enquanto ser social. As notícias que são lidas no WhatsApp muitas vezes não têm autoria ou muito menos fonte confiável. Não é apenas ler, mas saber o que está lendo. As pessoas formam opinião sem checar o que recebem, a origem dos dados ou quem é que está publicando. Quando você tem um pouco de conteúdo, proporcionado pela leitura, vê que aquilo não tem nenhum fundamento. E ainda há muitos indivíduos que se deixam ler por um título sensacionalista e compartilham a informação sem antes ler o texto inteiro e confirmar a veracidade da origem da notícia.
O hábito da leitura é importante para todas as pessoas. Quem lê, melhor fala, melhor pensa, melhor escreve e melhor vive. Os livros devem ser os companheiros inseparáveis, afinal a prática é amiga da perfeição, e ajuda na interpretação, na visão de mundo e enfim, tudo que vai contra a propagação de notícias falsas. Afinal, pessoas despreparadas, sem senso crítico e falta de princípios morais, são as protagonistas desse ato indigno. As escolas, de modo geral, tem ótimas bibliotecas, há também a biblioteca pública e os pontos de livros pela cidade, sem contar com as plataformas digitais disponíveis. A leitura está ao alcance de todos.
“É preciso com urgência ser trabalhado a “ética” e retomado os princípios e valores que permitem a aceitação das diferenças, sejam elas ideológicas, políticas, sociais, culturais e de gênero. Nossa sociedade vive um período de aceleradas transformações, a tecnologia e o advento da internet apresentam diariamente um bombardeio de informações que precisam ser muito bem questionadas antes de serem aceitas como verdades. O sujeito que pratica a Fake News não age com ética, isso é preocupante e precisa ser contido, a fim de manter a ordem no meio social”, finaliza Patrícia Keppel.