Uma família de turistas que está em Tauranga, na Nova Zelândia, está enfrentando dificuldades de voltar ao Brasil por conta da pandemia da Covid-19. Os quatro, que chegaram no país no dia 15 de março, têm a passagem de volta marcada para o dia 5 de abril, de Auckland, porém a companhia aérea não está mais operando.
A família, que vive em Ivoti, na Região Metropolitana de Porto Alegre, comprou as passagens pela Decolar. De acordo com a arquiteta Pamela Bohn, eles tentam contato com a empresa desde o dia 19 deste mês.
“Nos deram o prazo de 72 horas para nos dar o retorno. Depois disso, recebemos um e-mail dizendo que em algumas horas nos dariam resposta. Até agora não recebemos nada.”
Ao G1, a Decolar disse que “se solidariza com seus clientes que estão vivendo situações difíceis, retidos no exterior devido à pandemia do Covid-19, e assegura que está priorizando esses casos e trabalhando incessantemente em busca da melhor solução possível, observando as normas e restrições das companhias aéreas.”
Pamela está acompanhada dos pais e da irmã. Ela conta que quando souberam que a companhia aérea pararia de operar, tentou antecipar a volta.
“Nos antecipamos e pedimos remarcação porque vimos que fecharia tudo. Em nenhum momento a Decolar nos comunicou sobre nada.”
Há apenas uma empresa realizando voos com destino ao Brasil, que deixará de operar no dia 31 de março, e cobra cerca de R$ 10 mil por pessoa.
“Ontem [sexta-feira, 27] nos ofereceram para o dia 31/3, somente até São Paulo, por R$ 10,3 mil reais, algo assim. Valor individual, somos quatro.”, diz a arquiteta.
No momento, eles estão hospedados na casa de um brasileiro conhecido da família. Para os turistas, a Embaixada Brasileira informou que “a negociação deve ser feita diretamente com as companhias aéreas.”
O G1 entrou em contato com a Embaixada Brasileira, mas ainda não teve retorno.
Situação no país
A Nova Zelândia está em estado de emergência por conta do novo coronavírus. No dia 19 de março o país suspendeu a entrada de pessoas não residentes, para reforçar as medidas destinadas ao combate a propagação da pandemia.
“Estamos em lock down que eles chamam. Vão ser quatro semanas, hoje [sábado, 28] é o quarto dia. Não podemos ter contato a mais de dois metros com pessoas que não estejam na nossa casa. Não podemos sair de carro, só para farmácia e mercado, mas podemos caminhar na rua, ir à praia. Sempre respeitando 2 metros de distância”, explica a arquiteta.