Família de Santa Rosa fabrica uma das melhores cachaças do Brasil

Família de Santa Rosa fabrica uma das melhores cachaças do Brasil

Diante da necessidade de tornar uma pequena propriedade rentável nos dias de hoje e não depender somente do mercado local, a família de João Adalberto dos Santos, foi em busca de algo diferente para mudar esta realidade. Passou então, a pesquisar diversas atividades agropecuárias para serem implantadas e chegou na Cachaça de Alambique. “Por ter alto valor agregado e poder ser comercializada em todo o mundo, optamos por ela. Dominamos todo o processo de produção, da lavoura até o copo de nossos clientes”, disse Rodrigo Oliveira. Sem falar que eles acreditam que a cachaça é um produto nobre que pode atingir o mundo todo se ela tiver qualidade.

Os estudos de viabilidade iniciaram em 2011, em 2012 foi feita a capacitação e aquisição dos equipamentos e, somente em 2013, é que foi feita a primeira safra. Ao todo, são 6 pessoas da família que trabalham na empresa localizada entre Linha Cascata e Guia Lopes, no interior de Santa Rosa – João, a esposa Maria Cristina (daí o nome Cachaça Maria João), e as filhas Vanessa e Fernanda com seus esposos Rodrigo e Vinícius, respectivamente. Desde então, um novo sentido foi dado à propriedade de 12,8 hectares, antes utilizada para a criação de suínos.

As metas dos empreendedores de Santa Rosa só crescem. Com dois hectares de cana-de açúcar, querem chegar a cinco em dois anos e elevar em 30% a produção de cachaça, que atualmente é de 100 litros por dia.

Rodrigo conta que atualmente a venda é feita para Região Sul e Sudeste do Brasil – Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. “Em virtude da atual conjuntura do mercado nacional e por fazer parte do nosso planejamento estratégico, estamos desenvolvendo mercados para Exportação, recentemente participamos da APAS SHOW em São Paulo em parceria com a APEX Brasil, onde fomos selecionados para participar de Rodadas de Negócios com compradores de grandes empresas varejistas e atacadistas do EUA, Canadá, China, França, Espanha, entre outros”, relata.

Processo de produção
Atualmente são produzidos 15 mil litros de cachaça, de 2 tipos. A Maria João descansada em Inox e a Maria João Envelhecida em Amburana.

A Cachaça Maria João é descansada em Inox durante um ano. “Realizamos a aeração da bebida, causando redução significativa da acidez, acentuado ainda mais o aroma frutado da cana-de-açúcar”, diz Rodrigo.

Todos os destilados do mundo (whisky, vodca, rum, tequila, conhaque, entre outros) são envelhecidos em madeira Carvalho Francês ou Americano, no Brasil a cachaça é envelhecida atualmente em mais de 25 madeiras, entre elas a Amburana, mas conhecida no sul do brasil como Cerejeira.

Já a Maria João Envelhecida em Amburana, recentemente premiada com Medalha de Ouro, na categoria Madeiras Brasileiras na Expocachaça 2017, ocorrida em Belo Horizonte – Minas Gerais, é o carro chefe. “Optamos por esta madeira pelo fato de agregar aroma de especiarias (Cravo e Canela), ter um toque de pimenta e defumado na boca e pelo fato de ser uma madeira que interage mais com o meio, causando reações químicas que elevam os ésteres, que são responsáveis pelo aroma frutado da bebida, bem como ocorre a redução de acidez, tornando o destilado mais suave ao paladar e elimina/reduz alguns álcoois superiores indesejáveis”, conta o empreendedor.

Participação na Expocachaça
A Expocachaça é a maior, mais importante e conceituada vitrine mundial da cadeia produtiva e de valor da cachaça, hoje ela é um evento que nasceu em Minas Gerais e ganhou a liderança no Brasil e visibilidade mundial.

“A nossa participação na feira teve como principal objetivo, a apresentação formal de nosso produto ao Brasil, sendo que esta foi nossa primeira participação no evento. Por ser a maior feira do setor, fechamos negócios e parcerias muito importantes para o crescimento de nossa empresa, e para nossa alegria e surpresa, ganhamos a Medalha de Ouro na categoria Madeiras Brasileiras com a Cachaça Maria João Envelhecida em Amburana”, comemora.

A 6ª Avaliação com degustação às Cegas e Classificação das Cachaças dos Expositores da 27ª Edição da Expocachaça, é realizada de forma democrática e transparente, por profissionais altamente qualificados, com o objetivo central de avaliar a evolução e a qualidade dos produtos das diversas regiões produtoras de cachaça do Brasil presentes no evento, sob o ponto de vista sensorial e organoléptico, sinalizando para o mercado brasileiro e internacional o alto nível da produção de nossa bebida nacional em suas diversas categorias e apresentações, dentro da maior e mais importante Feira da cadeia produtiva da Cachaça do mundo, apresentando uma fotografia do momento da cachaça brasileira.

“Ficamos realmente muito lisonjeados com a honraria. O Mercado da Cachaça possui atualmente cerca de 40.000 produtores, sendo que aproximadamente 4.000 marcas disputam o mercado. Para nós, da Cachaçaria Maria João, ter lugar de destaque entre tantas cachaçarias renomadas, é evidência de que estamos trilhando o caminho correto”, frisou.

Expansão
Como a Cachaçaria Maria João pretende expandir horizontes, importantes parcerias como a da Emater, Sebrae, IBRAC (Instituto Brasileiro de Cachaça) e Apex estão sendo muito importantes para ajudar a definir estratégias de prospecção de novos mercados, para projeção nacional e internacional.

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