O pacote de socorro do ministro Paulo Guedes, a disputa do presidente Jair Bolsonaro com governadores em meio à pandemia de coronavírus, as primeiras mortes fora do eixo Rio-São Paulo, o aumento de casos na Espanha e o plano de 2 trilhões dos Estados Unidos. Esses são os cinco principais assuntos para você começar o seu dia bem-informado.
PACOTE DE SOCORRO DE GUEDES
Como medida para socorrer 55 milhões de desempregados ou pessoas em condições de trabalho informal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda reduzir o salário do funcionalismo público por três meses e ter à disposição mais de 130 bilhões de reais para distribuir aos mais necessitados. A proposta foi levada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que viu a ideia com bons olhos e prometeu trabalhar junto com o ministro no enfrentamento da crise. Guedes já informou Bolsonaro que a economia brasileira aguenta o isolamento até o dia 7 de abril e a proposta de cortar o salário do funcionalismo público seria como criar um “orçamento paralelo” para socorrer os setores mais vulneráveis. A ideia pode ganhar fôlego nesta quinta-feira, 26, já que Maia sinalizou ontem que o Congresso tomará medidas para socorrer os brasileiros nos próximos dias e cobrou o Governo Federal sobre uma MP para ajudar os desempregados. Uma medida provisória para ajudar idosos do BPC e famílias de comunidades carentes já foi editada a pedido da ministra Damares Alves.
PRESIDENTE X GOVERNADORES
A quarta-feira começou com uma reunião entre o presidente e os governadores do Sudeste por videoconferência, onde Bolsonaro e João Doria discutiram após o tucano criticar o discurso do presidente na terça. Também na parte da manhã, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), anunciou o rompimento com Bolsonaro, o que ampliou o fogo cruzado contra o ministro da Saúde, já que Caiado foi o responsável pela ida de Luiz Henrique Mandetta para a pasta. Posteriormente, os mandatários de 26 estados divulgaram uma carta com reivindicações ao Governo Federal depois de se reunirem por videoconferência e sem a presença de Bolsonaro. Entre as propostas, está a aplicação da lei que cria uma renda básica de cidadania para todos os brasileiros. Além disso, ao menos 25 governadores já haviam informado que as regras de isolamento seriam mantidas, apesar das críticas do presidente. Novos capítulos da disputa entre o presidente e os governadores podem acontecer hoje, visto que Bolsonaro segue com sua posição de que os mandatários estaduais estão fazendo “demagogia diante de uma população assustada”, como ele publicou nas redes sociais na noite de quarta.
CORONAVÍRUS AVANÇA PELO BRASIL
O número de mortos pelo novo coronavírus no Brasil subiu para 57, de acordo com balanço do Ministério da Saúde divulgado na quarta. Os dados mais recentes revelaram as três primeiras vítimas fatais fora do eixo Rio-São Paulo: no Amazonas, em Pernambuco e no Rio Grande do Sul. São Paulo segue como o estado com maior número de óbitos, com 48, seguido pelo Rio de Janeiro, com seis. O país tem 2.433 casos confirmados. Com o ritmo de contágio alto, como mostra gráfico de VEJA, a tendência é que o número de infectados pela Covid-19 suba também nesta quinta.
CRESCIMENTO DE CASOS NA ESPANHA
Com 738 novas mortes na quarta-feira, a Espanha superou a China e se tornou o segundo país com mais vítimas fatais pela Covid-19, atrás somente da Itália. De acordo com dados atualizados pela Universidade Johns Hopkins na manhã desta quinta, a nação ibérica agora soma 3.647 óbitos, com 49.515 casos confirmados, o quarto maior balanço do mundo. O governo espanhol já havia advertido que a semana seria “difícil”, mas que o pico de contágios está próximo, o que significa que novos números altos de mortos e infectados devem ser registrados hoje. O confinamento dos espanhóis deve seguir até 11 de abril e as Forças Armadas locais já pediram assistência humanitária à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para combater a doença.
PACOTE DOS EUA
Para combater as consequências econômicas da pandemia, os congressistas dos Estados Unidos anunciaram na quarta um pacote que injeta 2 trilhões de dólares na economia, em um acordo entre senadores e autoridades do governo. Para ir à sanção do presidente Donald Trump, que já sinalizou que vai promulgar as medidas, o pacote precisa ser aprovado na Câmara dos Representantes, o que pode acontecer ainda nesta semana, já que o país tem pressa. Este é o maior plano de resgate econômico da história, que inclui ajuda financeira direta aos americanos afetados pela crise, concede subsídios a pequenos negócios e centenas de bilhões de dólares em empréstimos para grandes empresas, incluindo as companhias aéreas, além de ampliar o seguro-desemprego.
FONTE: VEJA