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Escrevo esta crônica cujo título simples, esconde um otimismo que chega ser ridículo. Se dez conselhos não fazem um elemento carrancudo, sorumbático, mudar de ideia, quanto mais uma crônica de jornal. Mas, não está morto quem peleia, dizia um cachorrinho pequinês, brigando com seis Rottweiler. Vou escrever sobre a relação com os outros seres humanos, com o mundo, com as coisas. Não somos uma ilha, ninguém vive isolado, como indivíduo absoluto, dono do mundo, da verdade, não somos o centro do universo, o senhor dos outros humanos. A amizade nos fortalece. A pessoa que tem poucos ou nenhum amigo é um ser amargo, desprovido de humor, sua solidão está estampada no semblante. Seu comportamento é característico, sempre na defensiva. Sua estrutura relacional está voltada para o individual e nunca para o coletivo.

O sentido pleno da vida humana, da nossa existência, está na harmonia das nossas relações, no relacionamento afetivo com os outros, deve ser uma característica fundamental a convivência coletiva. O sistema cooperativista adota uma frase símbolo, tão linda quanto verdadeira: A união faz a força. Somos marcados pela limitação, somos frágeis, suscetíveis às doenças, ao tempo de vida, ao quociente de inteligência com que fomos contemplados, às oportunidades com que fomos contemplados, a dimensão estética, a capacidade de pensar. Portanto precisamos viver em harmonia, com espírito de solidariedade. Com a ajuda dos outros. Outros seres humanos não podem serem vistos como empecilho, concorrentes, obstáculos ao nosso crescimento. Precisamos superar o egoísmo, partir para o abraço, intensificar o aspecto afetivo. É isso ou o isolamento social.

A relação de respeito da qual vos falo se estende à natureza, ao meio ambiente. Assim como não somos superiores aos outros humanos, não somos superiores aos outros seres vivos. Ninguém nos concedeu o direito de matar, caçar, pescar de forma predatória, sujar a água que vamos consumir. Essas ações também caracterizam o individual, o egoísmo. Prejudicam o coletivo.

Então, antes de decifrarmos o enigma: De onde viemos; para onde vamos? Construamos, permanentemente, nossas relações humanas aqui no planeta. Lembro de uma vez que cheguei da escola com o nariz quebrado, olho roxo e meu pai, cujo silêncio, honestidade e capacidade de trabalho foram exemplos maiores, me disse o seguinte: os desafetos de hoje poderão servir de apoio e companheirismo em outras horas difíceis. E me pediu para não guardar rancor. Reatar a amizade com o desafeto não iria ferir minha dignidade. Tudo passa, disse ele. Tudo em poucas palavras, pois para expressar o que sentia meu pai não precisava de muitas palavras.

Assim herdei e não me queixo, um espírito comunicativo, alegre, ando pela rua com um sorriso fácil, mesmo que tenha pisado numa bosta de cachorro, na calçada, pois se tenho algum problema, cabe a mim resolver, sem dividir com os outros. Assim, sendo autêntico, verdadeiro, conquistei minha última e mais importante amizade: a Júlia, esta princesa de quatro anos e sua família. Em outros tempos deixei de fazer outras amizades, fui egoísta. O problema é que o tempo não anda para trás!

Amigos valem ouro. Faça amigos.

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