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Alimentação e qualidade de vida

Alimentação e qualidade de vida

É incontestável que a qualidade de vida dos indivíduos é um fator que vem preocupando a maioria da população, seja do mundo, do país, da região e de Santa Rosa.

Franciéle Klug Cogo, pós-graduada em Nutrição Clínica e Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional

Mas, apesar de se estar tendo uma procura maior em produtos saudável por uma boa parcela, ainda há um consumo excessivo de produtos processados e prontos: pão, biscoitos recheados, sanduíches, salgados, pizzas e, também, refrigerantes, sucos e cerveja, caracterizando uma dieta com alto teor energético. Esses alimentos citados apresentam baixo teor de vitaminas, minerais e antioxidantes.

Já em contrapartida, o consumo de frutas e verduras, que serial p ideal e são alimentos protetores para doenças, como câncer e cardiopatias, são reduzidos, principalmente em faixas de menor renda e entre os mais jovens. Somente 01 entre 03 adultos consomem frutas e hortaliças nos 05 dias na semana.

Outro aspecto muito negativo da alimentação no Brasil é o alto consumo de açúcar e de sal. As pesquisas mostram que a proporção de indivíduos com ingestão de sódio acima do nível seguro foi de 89% entre os homens e de 70% entre as mulheres adultas. Os alimentos com a maior concentração de sódio são as carnes salgadas e as processadas – presuntos, salames, salsicha, mortadela, os queijos e os biscoitos salgados.

Ademais, um dado preocupante é a alimentação dos adolescentes com alta frequência de consumo de biscoitos, linguiça, salsicha, mortadela, sanduíches e salgados. Os valores per capita indicam um menor consumo de feijão, saladas e verduras. O Brasil é o segundo maior consumidor per capita de açúcar, e as bebidas adoçadas correspondem a quase metade do consumo total de açúcar. Refrigerantes e sucos adoçados estão presentes em quase todas as refeições e lanches realizados no Brasil.

Para Franciéle Klug Cogo, pós-graduada em Nutrição Clínica e Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional, a alimentação dos indivíduos, representada acima, também tem conexão com a correria do dia a dia, na qual muitas pessoas não possuem o tempo necessário para realizar pratos ricos em nutrientes e saudáveis. “Em meio à rotina acelerada que milhões de brasileiros possuem, a alimentação cai, e muito, em qualidade. Alimentar-se, atualmente, para muitos, é sinônimo de consumir produtos industrializados, prontos para o consumo e com quase nenhum benefício para o organismo. Então, a correria gera uma busca por alimentos rápidos como enlatados, congelados e “fast foods”. Alimentos com uma quantidade gorduras ruins, açúcares, sódio e aditivos químicos (conservantes, corantes, emulsificantes, intensificadores de sabores) são os mais consumidos. Trocamos refeições importantes como o jantar por lanches prontos ou por comidas com alta densidade energética. Perdeu-se o hábito de cozinhar o seu próprio alimento e perd
eu-se o hábito de programar e pensar nas refeições diárias, já que sempre há uma infinita disponibilidade de alimentos industrializados prontos para o consumo.

A má alimentação influência muito no decorrer dos dias, pois pode levar a desequilíbrios nutricionais (excesso ou falta de micronutrientes e macronutrientes), por conseguinte, surgindo, então, sintomas que são muitas vezes considerados normais por muitas pessoas como sonolência; dores musculares; unhas fracas; queda de cabelo; fragilidade nos ossos; problemas na pele; envelhecimento precoce; prejuízos na memória; prejuízos ao sistema imunológico (gripes e infecções); falta de disposição e de concentração; enxaquecas; constipação; diarreia; gases excessivos; alterações de humor; inchaço; dores abdominais; aftas; azia; arrotos; ansiedade; entre outros, são sinais de alerta do corpo diante da má alimentação. “Esse é começo, logo após surgem às doenças (diabetes, hipertensão, depressão, obesidade, ansiedade, câncer, doenças do coração, fígado e intestino) que poderiam ser prevenidas/evitadas e ou amenizadas com uma alimentação equilibrada associada à atividade física”, saliente Fran Klug Cogo.

A Nutricionista acrescenta ainda que o corpo é formado por células e essas células precisam de nutrientes, que são vitaminas, minerais, fibras, fitoquímicos, etc. Esses nutrientes que compõem os alimentos, ao consumir, podem ativar o sistema de defesa, fazendo com que o organismo funcione bem. E, manter um padrão alimentar com escolhas mais naturais saudáveis e equilibradas resultará em mais saúde e vitalidade positiva (disposição e energia), resultando em peso corporal adequado, mais beleza e bom equilíbrio da mente e de emoções.

Uma das saídas para conseguir construí uma rotina de uma boa alimentação mesmo com a correria, de acordo com Franciéle, é:

• Programar as refeições semanais e fazer uma lista para levar ao mercado, se estiver seguindo um plano alimentar, orientado por uma nutricionista, isso será, inclusive, facilitado;

• Organizar na agenda para, pelo menos 01 vez na semana, ir ao mercado;

• Deixar verduras e legumes já prontos (higienizadas/raladas) para o consumo na geladeira;

• Deixar o máximo de refeições prontas e congeladas para o jantar, refeição que as pessoas possuem maior dificuldade em se alimentar adequadamente. Assim é possível evitar os lanches e alimentos com alta densidade energética e poucos nutrientes (pães, presunto, queijos, maionese, café com leite, massas, molhos, pizzas, xis, hamburgueres, pasteis), pois esses não substituem uma refeição equilibrada e completa (legumes, verduras, sementes, leguminosas, carboidratos, proteínas);

• Não esqueça de programar seus lanches, alimentos fáceis para levar consigo como: frutas, oleaginosas (castanhas, amêndoas, nozes), sementes (girassol, abóbora, linhaça, chia), iogurtes de boa qualidade, ovos cozidos, frutas secas (ameixas, tâmaras, damasco). Faça um bolinho saudável (com farinhas funcionais: aveia, linhaça, chia, grão de bico, farinha de coco) adoçado com frutas e congele para levar nos lanches semanais.

“Também, hoje possuímos uma gama maior de produtos mais saudáveis (geralmente encontrados em lojinhas de produtos naturais), mas sempre fiquem atento aos rótulos. Quanto menos ingredientes, via de regra, tanto melhor”, aconselha.

Outra dica que a Nutricionista Fran fornece é sempre preferir comida de verdade, menos processada e industrializada. Sem aditivos químicos (conservantes, corantes artificiais, emulsificantes e realçadores de sabor). Ler quais são os ingredientes é fundamental. “Priorizar alimentos naturais como: frutas, verduras, legumes, oleaginosas (castanhas, amêndoas, nozes), sementes (chia, linhaça, gergelim, girassol, semente abóbora), cereais (aveia, arroz, quinoa, amaranto), leguminosas (feijão, ervilha, grão de bico, lentinha), raízes (mandioca, mandioquinha, batata doce), carnes (fazer rodízio e não esquecer dos peixes), chás de ervas naturais e especiarias para temperar os alimentos também é muito bom”, diz. Hidratar-se bem, entre 02Litros de água ao dia é fundamental do mesmo modo. Quase 70% do corpo é formado de água. Quem sofre, inclusive, de prisão de ventre pode melhorar, em muitos casos, apenas aumentando seu consumo de água.

Já os alimentos processados e ultra-processados, enlatados, embutidos e alimentos condimentados (salames, presunto, peito de peru, caldos prontos, molhos prontos, salsicha, nuggets), farinhas refinadas (bolachas, pães, massas, bolos), açúcares e cuidar os açúcares escondidos nos alimentos (ex: xarope de glicose, açúcar invertido, frutose), cuidar o excesso de lácteos (requeijão, cream cheese), margarinas, sucos de caixinha ricos em açúcares, chocolates, refrigerantes, salgadinho (ricos em sódio), sorvetes (açúcares e gordura vegetal hidrogenada), adoçantes artificiais (ciclamato de sódio, sacarina, aspartame, sucralose), são exemplos daqueles que se deve evitar no dia a dia.

O último conselho que a Fran Klug Cogo proporciona é o uso da marmita. “Diga sim para a marmita! Leve as suas refeições para o trabalho. Além de saborosa e com um baixo custo, você tem a plena consciência na quantidade de comida ingerida durante as refeições e evita a tentação de exagerar nas frituras ou carboidratos de difíceis digestão. Se não for possível, opte por restaurantes que tenham muitos legumes e verduras. Programe-se e leve seus lanches junto. Somos o que comemos, digerimos, absorvemos e metabolizamos. A nossa alimentação diz muito sobre o que somos e sentimos. Por isso invista nela para ter melhor qualidade de vida e longevidade. Descasque mais e desembale menos e façam atividades físicas”, finaliza.

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